O candidato ao cargo de deputado estadual Rodrigo Cunha (PSDB) - que comando o Procon durante a gestão do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) e deixou a função para disputar uma das cadeiras da Casa de Tavares Bastos - pretende entrar na campanha já com algumas bandeiras bem definidas para o caso de eleito.

Cunha tem uma árdua disputa interna dentro do “ninho tucano” já que são fortes os candidatos que também buscam chegar à Casa de Tavares Bastos. O ex-superintendente do Procon aposta no trabalho que realizou no órgão e no chamado “voto de opinião”. 

“Eu consigo visualizar a chance de chegar ao mandato caminhando de forma diferente. Trago uma experiência em um órgão público e isto foi me motivando a pensar em fazer parte do processo político, mas não quero entrar de qualquer forma. Para mim, não é um vale-tudo”, ressaltou o candidato, em entrevista a este blogueiro. 

Questionei a Cunha como ele enxergava a Casa de Tavares Bastos atualmente - depois dos mais recentes escândalos em que esteve envolvida que apontam parra desvios de recursos públicos, que foi denunciado pelo deputado João Henrique Caldas (PTN) - e a resposta foi enfática: “a atuação do nosso parlamento é muito limitada. Os deputados atuam muito pouco. Há muito mais que se poderia fazer e acredito ser possível. Da forma como está hoje, é natural um distanciamento da população e acaba por diminuir a importância da Casa”.

Sem citar nomes de candidatos, Rodrigo Cunha diz que quer apresentar uma candidatura diferente daqueles que “querem o mandato apenas para não irem dormir atrás das grandes”. “O poder pelo poder nunca me atraiu. Muito pelo contrário. Ele tirou o que de mais importante eu tenho na vida, mas tenho esperança em dias melhores. Então, encaro esta possibilidade”.

Sobre propostas e forma de trabalhar, Cunha ressalta a importância do papel fiscalizados da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas e ressalta uma ideia inusitada: a contratação de assessores em um futuro gabinete por meio de seleção pública, com análise de currículo e testes. Os assessores são justamente um ponto polêmico na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas. 

Basta lembrar da “lista de ouro” denunciada pelo deputado estadual João Henrique Caldas - que atualmente concorre ao mandato de deputado federal - em que nomes comissionados eram agraciados com diversos repasses somando quantias consideráveis. Alguns são suspeitos de serem funcionários fantasmas. As denúncias de JHC envolve justamente a forma como a assessoria da Casa é usada de forma a ser loteada entre aliados políticos, cabos eleitorais, funcionários fantasmas e - conforme as investigações do Ministério Público Eleitorais - laranjas de deputados. 

A seleção pública - na atual conjuntura do parlamento alagoano - é uma proposta ousada. “É uma experiência que trago do Procon. Implantei isto lá com os últimos contratados e o resultado foi muito positivo. Foi produtivo. A forma de ingresso em um gabinete deveria ser assim. Uma parte do gabinete, caso eu seja eleito, será destinada a seleção pública dos funcionários. Pretendemos investir nesta transparência”. 

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