Na sabatina realizada pela Fecomércio, as declarações do candidato ao Governo do Estado, Eduardo Tavares (PSDB) chama a atenção, pois ao analisar o descaso do poder público – durante 30 anos – com Educação e Segurança Pública, é inevitável que também se reflita sobre o assunto em relação a atual Era de Teotonio Vilela Filho (PSDB) como governador.
No caso da Segurança Pública, é um dos principais alvos de crítica ao atual governo. No caso da Educação, foram sete secretários com visões diferentes e passeando por pelo menos três grupos políticos nos últimos anos. Como encaminhar projeto e dar solução de continuidade?
Na visão de Tavares, Vilela se enquadra ou não nestes últimos 30 anos? O candidato tucano não explicita, mas – no mesmo discurso – enfoca na necessidade de “modificação” e diz que apenas nos últimos sete anos – referência a Vilela - é que o Estado tem corrido atrás.
Tavares é um candidato de situação, mas que também fala em mudanças; e adota a postura semelhante a de Vilela nas campanhas de 2006 e 2010. “Alagoas precisa passar por essa modificação, por essa experiência de ser administrada por alguém de fora da política”.
Lógico, uma referência a si mesmo que sai de dentro do leque de opções do discurso maniqueísta adotado pelos tucanos desde a campanha de 2006, quando Teotonio Vilela Filho (PSDB) se elegeu governador pela primeira vez. “Precisamos de um novo olhar, dessa nova forma de encarar desafios. O que não podemos é voltar no tempo, voltar ao crime de mando. Não podemos andar para trás”.
Tavares deixa no ar que as candidaturas outras, que não a dele, são as que representam a volta ao passado e/ou ao tempo de crime de mando? Bem, boa parte das candidaturas que hoje são oposição ao governador Teotonio Vilela Filho estão umbilicalmente ligadas ao governo ou – em algum momento – estiveram juntos na genealogia da política alagoana.
A nau capitaneada pelo senador e candidato ao governo Benedito de Lira (PP) é formada de ex-aliados dos tucanos no projeto que hoje comanda o Estado. Até o ano de 2007, o senador Renan Calheiros (PMDB) – um dos fortes nomes do grupo de oposição – era um aliado de Vilela.
As demais candidaturas se constituem no pleito distantes desta genealogia e nunca estiveram no comando do passado político de Alagoas. Logo, quem seriam as “forças do atraso e dos crimes de mando em Alagoas” na visão de Eduardo Tavares que sustentam objetivamente o discurso maniqueísta?
Ao falar de segurança pública, Tavares emendou: “Durante 30 anos, Alagoas deixou de fazer seu dever de casa com políticas públicas primárias. Deixou de ter um ensino de qualidade, um ensino integral que preparasse o cidadão para vida e para uma profissão futura”. Para ele, nos últimos sete anos é que o governo tem corrido para recuperar o tempo perdido.
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