O já oficializado candidato ao governo Eduardo Tavares (PSDB) tem endurecido o discurso nas suas andanças e começa a partir para a crítica contra os principais adversários. Ao se definir como “terceira via”, fica claro que o tucano aponta a artilharia para o deputado federal Renan Filho (PMDB) e para o senador Benedito de Lira (PP), ainda que não cite nomes.
Tavares repete a tática tucana do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) ao tentar demarcar a linha maniqueísta entre o “bem e o mal” na política alagoana. Como se esta linha existisse. Não existe! Basta olhar a genealogia dos grupos que se formaram no processo político. Logo, os problemas são os “furos de lógica” deste discurso.
De um lado, o senador Benedito de Lira (PP) sempre foi aliado do governo do Estado de Alagoas. Do outro, o governador Teotonio Vilela sempre reconheceu o senador Renan Calheiros (PMDB) como um “importante aliado” (palavras de Vilela nos mais recentes discursos).
Em algum momento, Tavares vai se deparar com tais questionamentos. Natural do processo. Sobretudo, quando endurecer ainda mais o discurso. Eduardo Tavares fez a autodenominação de terceira via em uma entrevista a uma rádio do interior do Estado.
Falou o candidato tucano: “com a nossa candidatura, queremos mostrar ao alagoano que existe uma terceira via. A via da honestidade e da transparência. Alagoas não pode voltar ao tempo do feudalismo, ao tempo em que o poder passava de pai para filho. Em que o fazendeiro tinha que concordar com tudo por medo. Estamos em um Estado Democrático de Direito e não temos que concordar com o que está errado. Nossa arma é o voto”, ressaltou Tavares.
Quem representaria este tempo nas candidaturas postas? Os antigos aliados-inquilinos do Palácio República dos Palmares na gestão Vilela? Ou a oposição em si? Nomes que Tavares não cita.
E as críticas seguem e as informações postas em parênteses são incluídas por mim: “venho de uma escola, o Ministério Público, que olha para as pessoas. Não adianta ter estradas novas (o governo tucano se orgulha de ter feito estradas novas), se não tivermos um grande hospital em cada região do Estado. Não adianta ter pontes novas, se tivermos escolas de qualidade (a Educação foi um gargalo na atual gestão, sempre na mão de aliados, incluindo o senador Benedito de Lira), com professores satisfeitos e uma educação integral. Penso em fazer em Alagoas o governo do desenvolvimento humano”, disse o candidato.
Pelo interior, Tavares tem conversado com aliados e empresários. Usou ainda como “palanque” a trajetória curta na Defesa Social (uma das áreas críticas do atual governo): “construí e recuperei 26 bases da Polícia Militar em Maceió. Levei a Companhia da Caatinga para a região do Sertão. Recuperei a Cavalaria da PM e levei esse batalhão para Arapiraca e fizemos o realinhamento salarial dos militares. Como resultado, diminuímos a criminalidade em Alagoas. Tivemos uma redução de 30% em março”, destacou Tavares.
Voltando ao conceito de terceira via, só não dá para achar que Tavares se direciona para os demais candidatos do pleito. Não mesmo!
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