Informar os bastidores políticos pautados pelo que é fato, de forma objetiva, com honestidade intelectual. Esta tem sido a função do Portal CadaMinuto. Não apenas nestas eleições, mas sempre. No caso específico deste blogueiro que aqui fala, com uma visão analítica pautada por argumentos.  Isto tem sido cumprido, aqui neste espaço, em relação a todos os candidatos. Sem agressões. Sem pirotecnia, sem pré-julgamentos.

Quando noticiei que o senador Benedito de Lira (PP) – pré-candidato ao governo do Estado de Alagoas – enfrentou dificuldades, em passado recente, ao ver seu nome associado, por meio de uma nota da Revista Veja, ao famoso doleiro de Brasília, o fiz – assim como o Portal CadaMinuto – sem qualquer tipo de pré-julgamento, mas repercutindo o que era fato na imprensa nacional.

Lira, evidentemente, tem todo o direito de se defender e negar as acusações que foram feitas.  Afinal,  são informações veiculadas na imprensa, não significa que o senador seja culpado. Todavia, Benedito de Lira precisa entender que é direito da imprensa mostrar a informação. A reação do senador pepista – em nota de resposta – foi a de afirmar que os que repercutiram a suposta ligação entre ele e o doleiro estavam “a serviço” de adversários políticos e que tudo não passava de fruto da campanha.

Comentei sobre esta nota nas redes sociais e o quanto discordava de seu conteúdo, mesmo respeitando o direito do senador de se manifestar e se defender. Discordo do fato do pepista ter jogado todos na vala comum, como se o jornalismo feito por repórteres sérios fossem braços de adversários. Ora, não são! Aqui não são! Nunca serão! Eu tratei do assunto aqui, como outros repórteres do CadaMinuto. Estivemos pautados por jornalismo. Em meu caso, a consciência de que cumpri com meu dever, caro senador. O dever de informar, sem qualquer interesse oculto.

Como fiz quando tratei do assunto do voo da FAB envolvendo o senador Renan Calheiros (PMDB) e das questões envolvendo Fernando Collor de Mello (PTB) – também senador  - e a CPI da Petrobras.  Foram informações que repercuti por terem sido destaque em mídia nacional.

Benedito de Lira – entretanto – resolveu judicializar uma ação contra o Portal CadaMinuto. É seu direito. Mas eis a prova de que aqui se fez jornalismo: o desembargador eleitoral Otávio Leão Praxedes EXTINGUIU (a caixa alta é grifo meu) a representação feita pelo PP, por Benedito de Lira e pelo deputado federal Arthur Lira contra a notícia publicada no CadaMinuto.

Lira queria suspender a publicação de uma matéria que mostrou possíveis ligações dele com um doleiro – tratadas como possíveis mesmo. O próprio Benedito de Lira nega nomeações para a CBTU. O que diz o release oficial do TRE: “A representação feita pelo diretório do PP em Alagoas considerou que a publicação caracterizava propaganda eleitoral antecipada negativa por conter conteúdo jornalístico com o claro propósito de solapar as pretensões políticas de Benedito de Lira e seu filho, Arthur César Pereira de Lira, pré-candidatos declarados nas Eleições de 2014”.

A publicação nunca visou solapar nada. Visou repercutir um fato que saiu em mídia nacional envolvendo uma figura pública do Estado de Alagoas que tem por obrigação dar satisfação a quem é representado por ele.  É natural da função de senador. Tanto é assim que o desembargador eleitoral Otávio Leão Praxedes “explica que a Justiça Eleitoral precisa ficar atenta para coibir os abusos da propaganda eleitoral extemporânea e não se deixar influenciar por argumentos que buscam mascará-la de propaganda partidária ou mera promoção pessoal”.

A decisão: “Penso que o conteúdo jornalístico objeto da representação teve o intuito apenas de repercutir um conteúdo veiculado em órgão de imprensa de circulação nacional, onde os nomes dos políticos representantes são mencionados, sem que vislumbrem quaisquer juízos de valor acerca de um possível envolvimento mais aprofundado nos fatos rumorosos reportados no semanário impresso”, evidenciou Praxedes.

“O desembargador eleitoral concluiu, em sua decisão definitiva, que a existência da reportagem se detém nos pré-requisitos exigidos pelo Direito, entendido o conteúdo apenas como repercussão jornalística legítima sobre uma notícia preexistente”, finaliza a nota do Tribunal Regional Eleitoral. É isto senador Benedito de Lira. Somente isto. Nem sempre jornalismo agrada a todos por justamente divulgar informações que cobram que alguns se expliquem. Claro que, as relações postas lá pela REVISTA VEJA são apenas supostas. E o CadaMinuto – e este blogueiro - tratou assim. 

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