O senador Fernando Collor de Mello (PTB) estará livre – como uma das estrelas de seu partido – para tomar um rumo completamente diferente do da agremiação, sem sofrer qualquer tipo de sanção ou crítica. O PTB nacional se alinhou ao senador Aécio Neves (PSDB) na campanha presidencial.
Todavia, o senador Fernando Collor de Mello fez questão de frisar que segue ao lado da presidente Dilma Rousseff (PT) integrando o bloco de oposição que tem o apoio do PT em Alagoas e é liderado pelo deputado federal e pré-candidato ao governo Renan Filho (PMDB).
A situação do PTB é semelhante a do PTdoB. Os rumos nacionais foram um e os locais, outro. De acordo com nota oficial do PTB estadual, Collor tem sido defensor incansável do governo de Dilma Rousseff e da reeleição da presidente.
O detalhe é que – segundo Collor – a posição dele será a de todo o PTB alagoano, sendo acompanhado – por exemplo – pela prefeita de Arapiraca, Célia Rocha (PTB). Collor contraria o partido – mesmo tendo a liberdade para isto – para se consolidar um “eleitor de carteirinha” do PT.
Ironicamente, quando Collor se reelegeu pela primeira vez ao Senado Federal, um dos pontos que efervesciam nos bastidores era a expectativa pela relação entre o senador petebista – eleito pela primeira vez pelo PRTB – e o governo petista, já que historicamente Collor e o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, o Lula (PT) travaram uma batalha envolvendo acusações em 1989.
O debate entre os dois candidatos – no segundo turno daquelas eleições – se tornou um marco histórico da reabertura da democracia brasileira.
No entanto, a história fez de Collor e Lula aliados. Uma aliança que se estendeu para Dilma Rousseff, neste atual governo. Em 2010, Collor concorreu ao governo do Estado de Alagoas e foi derrotado ainda no primeiro turno. Oficialmente, o candidato dos petistas era o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT). O petebista – entretanto – foi às ruas com um jingle polêmico em que afirmava que Dilma e Lula estavam com ele.
O jingle foi alvo de ação na Justiça Eleitoral.
Desta forma, Lessa e Collor rivalizaram no primeiro turno de 2010 e se aliaram no segundo turno contra o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). Uma aliança que persiste desde então. Collor hipotecou apoio a Lessa nas disputas municipais de 2012, apoiando também petistas. Agora, neste atual processo eleitoral, mas uma vez seguem todos juntos. No entanto, a primeira eleição oficial em que Fernando Collor estará no palanque que une PT e PMDB, mesmo sendo o oposto dos rumos nacionais do PTB.
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