Há tempos que venho afirmando, aqui neste espaço, as dificuldades dos tucanos alagoanos em conseguirem manter uma base sólida para a candidatura do ex-procurador-geral de Justiça, Eduardo Tavares (PSDB). Possuem como aliado apenas o Democratas. Até quando, não se sabe…

O governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) viu a antiga base de aliados debandar para a pré-candidatura ao governo do também ex-aliado senador Benedito de Lira (PP). Atualmente, o tucano tenta recuperar o tempo perdido e reafirmar alianças com algumas legendas no pleito.

Como coloquei em post anterior, o PSDB tenta uma estratégia que possa ser lucrativa para o Demcoratas e que ainda abra portas para o PRB - do ex-vereador Galba Novaes - e para o Solidariedade. Nas redes sociais, Vilela não confirma estas negociações que circulam pelos bastidores, mas fala da “solidão tucana” no pleito eleitoral de 2014.

“Defendo que Eduardo Tavares seja candidato ao governo do Estado de Alagoas, nem que seja apenas com o PSDB”, afirma Vilela. O que o governador ainda nem se deu conta é que Tavares pode chegar a ser candidato até sem o PSDB, em clima de desunião no partido. 

Na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas, os tucanos - por exemplo - podem partir para outros caminhos e, alguns destes, sequer disputarem os mandatos de reeleição, colocando parentes de outros partidos para a linha de frente. O motivo? Sozinho, o PSDB não se torna um atrativo para a disputa de proporcionais. 

“Em 28 anos de mandato, eu nunca me senti politicamente tão solitário quanto agora”, coloca ainda. Outro detalhe: o governador - na visão de alguns aliados, dentre os quais o vice-governador José Thomaz Nonô (Democratas) - tem sido o maior responsável pelo caminho que o PSDB tomou. Em outras palavras: pavimentou a própria estrada para este isolamento em ninho tucano. 

Todavia, Vilela também busca ser positivo em sua reflexão: “mas também nunca estive tão convicto do acerto dessa minha posição”. Eduardo Tavares segue firme na campanha com uma estratégia de comunicação é marketing que tenta mostrar o pré-candidato como o “diferente” no pleito e distante dos “conchavos” políticos. 

O governador entrou no pleito ainda que tardiamente. Nas entrelinhas, há uma afinação de discurso em andamento. Nas linhas, uma mensagem que pode afastar até as possibilidades que ainda lhe sobram. Será que o ex-governador - em um último ano de mandato - também vai comprar o discurso das más companhias? Até ontem, são companhias que estavam no Palácio…

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