A posição do senador Benedito de Lira (PP) em relação à postura quanto ao palanque nacional já começa a refletir na imprensa nacional. O pepista ainda faz a figuração do candidato “paz e amor”. Argumenta que Alagoas não pode se dá ao luxo de fazer oposição a ninguém.
E tem um certo sentido nisto...porém, uma coisa é fazer oposição ferrenha, a outra é optar por um projeto que se alinhe tanto no Estado, quanto no Brasil. E na discordância do projeto nacional, acreditar em outro que possa parecer melhor. Teria sido isto que fez Lira optar pelo PSB de Campos, ou apenas o fisiologismo político (que diga-se de passagem é presente em todas as coligações locais).
Desta forma em que se encontra, Benedito de Lira não é o candidato de situação, mas diz que não está rompido com o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). No campo das alianças nacionais, a mesma coisa: trouxe o PSB do deputado federal Alexandre Toledo para o palanque com a promessa de Toledo disputar o Senado Federal e abrir portas para a candidatura do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) à presidência da República.
Lira – durante as sabatinas da TV Alagoas – tentou explicar estas alianças e se definiu como um “eleitor de carteirinha do PT”. Insinuou que está mais ao lado do Partido dos Trabalhadores do que os peemedebistas aliados de Dilma Rousseff (PT), em Alagoas. Leia-se: o deputado federal Renan Filho (PMDB), que é o pré-candidato da presidente.
Em nota, o jornalista Mino Pedrosa classificou a postura do senador Benedito de Lira como “malabarismo político”. De acordo com Pedrosa, em Brasília, Lira é um ardoroso aliado do senador Ciro Nogueira, trabalhando para que o PP se consolide como aliado do PT em campo nacional. Em Alagoas, a aliança é com o PSB.
Mino Pedrosa indaga para quem Lira vai pedir votos: Eduardo Campos ou Dilma Rousseff? E ainda sugere que os dois acabarão sendo traídos. Não é o que o próprio Lira fala. Ele se diz – falou isto em recente entrevista – “um cumpridor de compromissos”. Abriu palanque para o PSB e pretende honrar a questão, mas sem fazer oposição à Dilma e Lula que – na visão do pepista – tanto ajudou Alagoas, mesmo tendo o Estado um governador tucano.
Para Lira, a questão do palanque nacional é “algo menor”. A discussão que aqui se trava, ao indagar sua real posição em relação ao candidato a presidente da República, é ainda classificada como “futricagem”. Benedito de Lira diz ainda que não tem tempo para estas questões porque trabalha; e usou o tempo para ser o senador que mais trouxe recursos para Alagoas.
No entanto, saber a ligação entre os projetos locais e os planos nacionais acaba sendo uma necessidade do eleitor. É uma indagação natural a cobrança por uma posição mais definida, ao contrário de quem quer atravessar a lagoa com um pé em cada canoa. Afinal, Eduardo Campos virá a Alagoas. O ex-governador de Pernambuco apostava em palanque com Alexandre Toledo. Abriu mão – em tese! – por uma frente maior, de mais amplo alcance. Teria apenas um lado lucrado com esta parceria?
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