O senador Benedito de Lira (PP) encerrou – no dia de ontem, 02 – a primeira rodada de sabatinas dos pré-candidatos ao governo do Estado de Alagoas, promovida pela TV Alagoas/Portal CadaMinuto e Rádios CBN e Correios. Ao todo, foram ouvidos os seis pré-candidatos. Lira tratou, no debate com jornalistas, de vários temas, desde a Educação às questões políticas.

Ao falar de Educação – pasta que foi comandada pelo PP durante o segundo mandato do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) – Benedito de Lira avaliou que, apesar dos péssimos indicadores do Estado, a gestão pepista como positiva. Na visão de Lira, “os últimos resultados da Educação estadual foram bons para Alagoas”.

O senador ainda elogiou a curta gestão da ex-secretária Josicleide Moura, mas não citou o período anterior a ela, que também foi indicação do PP/PSDB. “Os problemas da Educação não são privilégio de Alagoas. A situação no Brasil é igual. Nós temos visto coisas acontecerem nestas áreas. Os últimos resultados em Alagoas apresentaram melhorias. A secretária que foi recentemente exonerada fez um bom trabalho durante os oito meses. Lógico, temos uma preocupação considerável com a Educação e ela vai melhorar no futuro”.

Ao citar propostas, Lira defendeu a implantação do sistema integral de ensino – das 7hs às 17hs – em todas as escolas da rede estadual. Falou também da necessidade de investimentos da educação profissionalizante. “Vamos estimular o professor. Se você não estimular não atinge os índices desejados. Acredito muito naquilo que vai acontecer”, frisou.

Benedito de Lira também comentou sobre o setor agrícola em Alagoas. Disse que era necessário uma política pública direcionada em parceria com o governo federal. “Infelizmente, os preços do álcool não são condizente com o que tem acontecido recentemente. Temos que aproveitar o Canal do Sertão para uma agricultura irrigada, agricultura familiar. É o setor que traz qualidade a nossa balança comercial, que é o resultado positivo. É preciso direcionar ações para minimizar dificuldades do pequeno e médio agricultor. Vou tratar o setor primário com absoluta prioridade. Fixa o homem do campo e o tratar com absoluta prioridade”.

O pepista cobrou mais convênios e ampliação dos repasses para a área da Saúde por parte do governo federal. De acordo com Benedito de Lira, do jeito que se encontra, não tem atendido as demandas.  “Temos observados as dificuldades apresentadas à população. Falta investimentos, mesmo o Brasil tendo o maior programa que é o SUS. Alagoas não é diferente dos outros estados. É preciso se dar um tratamento diferenciado à Saúde. Ampliar convênios e repasses constitucionais. No futuro governo, Saúde, Educação e Segurança terão que ser ação permanente e diária”.

Ainda em relação a tríade citada acima, Benedito de Lira defendeu que as políticas de Saúde, Educação e Segurança aconteçam sem estarem atreladas à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Proposta ousada do senador. Quanto à Infraestrutura, Lira falou das estradas.  “Não há Estado desenvolvido sem infraestrutura capaz de atender a demanda da população. Já se fez muito, mas é preciso uma visão diferenciada para as estradas de Alagoas. Duplicação de São Miguel dos Campos a Arapiraca e a duplicação da AL-101 Norte são necessidades.  Abre as porteiras, as comportas para o Turismo crescer cada vez mais. É um assunto que terá prioridade no programa do PP para o futuro de Alagoas. Vamos cuidar de ações que possam viabilizar a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Política

Quando o assunto envolveu as questões políticas, dois temas foram destaque. A relação de políticos alagoanos com o doleiro “sucesso” de Brasília e a ligação de Lira com Eduardo Campos (PSB).  Em relação ao doleiro, Lira voltou a se defender: “recentemente a Revista Veja plantou uma nota. Todos os cargos que eu tive a oportunidade de indicar nacionalmente e aqui, busquei pessoas com qualificação técnica. Para a CBTU indiquei Elionaldo Magalhães, que foi quem me ajudou a trazer o VLT para Maceió. Todas as minhas indicações foram técnicas porque sempre pensei em trazer coisas boas para o meu Estado. Eu considero isto um boato. As indicações minhas sempre foram técnica e com resultados”.

Benedito de Lira ainda disse não conhecer a indicação da CBTU feita pelo doleiro.  “Não sei quem é. Nunca me apresentei diante da polícia e Justiça para prestar qualquer tipo de informação a meu respeito”.

A maior dificuldade de Lira – entretanto – foi explicar como vai “dividir” o seu palanque. A aliança com o PSB faz com que Benedito de Lira seja o candidato ao governo do presidenciável Eduardo Campos (PSB). Porém, o senador pepista declara apoio ao PT e diz que sempre foi eleitor de Lula e Dilma. Chama a discussão em torno da composição partidária e dos apoios de “algo menor”.

“Quem é que falou que eu me afastei da presidenta Dilma? Meu partido apoia Dilma. Meu partido tem ministério. Na semana passada fez encontro com Dilma e disse que ia apoiá-la na coligação nacional. Nos estados, a questão é diferente. As siglas escolhem os momentos oportunos para se ter encontro com os partidos políticos”.

De acordo com Lira, Alagoas não pode se dar ao luxo de fazer oposição ao governo federal. “O Estado de Alagoas não tem a menor condição de fazer oposição. Existe uma frente de oposição. Oposição a quem? Ao Estado de Alagoas. Existe uma rede de intrigas,. Não faço política com intrigas. Faço com ações. É o que tenho feito”. Ao explicar os motivos pelos quais abriu o palanque para Eduardo Campos, Lira ressalta seu apoio histórico ao PT: “eu abrir o palanque para Eduardo Campos. Desde 1989 sou eleitor do PT. Votei em todas as eleições. Votei na presidenta Dilma em duas eleições. Tem gente que é Lula e Dilma de carteirinha e esquece do passado não muito distante. Mas não faço este tipo de especulação. Política é algo grandioso e não este tipo de intriga. Eu abri o palanque para o PSB. No momento oportuno ainda faremos conversas a respeito disto. Eu sou um homem de compromisso e nunca deixei de honrar compromisso. Assumi com o PSB e hoje está coligado ao meu partido e não tenho dificuldade com isto. Não considero divisão de palanque como oposição a quem quer que seja”.

Por fim, o senador foi questionado se apoiará ou não o PT no processo eleitoral, mesmo o PT estando – oficialmente - com o PMDB do senador Renan Calheiros, que tem como pré-candidato o deputado federal Renan Filho (PMDB). “Como é que eu não apoio o PT? Meu partido tem uma ligação com o PT. Agora, política é uma pista de mão dupla. Eu continuo sendo um aliado do PT. Meu Estado não aguenta oposição. Teotonio Vilela é do PSDB, o Lula é do PT, Dilma é do PT. Nunca descriminaram Alagoas. Tem coisa muito maior que esta discussão para que possamos trabalhar. Um fato isolado não significa nada. Faço política trabalhando. Sou o homem que mais recursos trouxe para este Estado. Trouxe porque tenho o que fazer em Brasília. Não fico fazendo futrica, nem fofoca”.

Ainda no campo política, Benedito de Lira foi questionado sobre o afastamento do campo do governo do Estado de Alagoas. Mais uma vez assumiu a postura do “nem oposição, nem situação”. “Eu estive com Teotonio Vilela na semana passada. Nós tivemos uma conversa de pessoas que pensam em Alagoas. Naquela oportunidade, deixei o governador a vontade no que diz respeito às eleições. Coloquei os cargos à disposição. Isto não significa que tenha existido rompimento. Não. Quanto ao governador vir ou não, não discutimos. Ele tem uma posição definida. O PSDB tem uma candidatura. Nós vamos continuar tocando a nossa. Fiz tudo para que isto pudesse acontecer no passado. Ele também nunca disse que apoiava a minha candidatura. Se estivéssemos feito esta composição seria bom, mas não foi possível”.

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