Em entrevistas a rádios alagoanas, o ex-procurador-geral de Justiça e pré-candidato ao governo do Estado de Alagoas, Eduardo Tavares (PSDB), usou o período em que esteve na frente do Ministério Público Estadual (MPE) para ressaltar que possui perfil Executivo e ainda ironizou com o apelido que ganhou nos bastidores políticos em função das iniciais de seu nome: E.T.

“ET” no sentido de extraterrestre foi um apelido posto em Eduardo Tavares. Além das iniciais, busca simbolizar o fato dele ter caído de paraquedas no processo político. É sua primeira eleição majoritária. Entra no pleito com extrema dificuldades como estabelecer alianças que viabilizem tempo de televisão (necessário para se fazer conhecido) e as candidaturas proporcionais. 

O PSDB só tem marchado ao lado do Democratas do vice-governador José Thomaz Nonô, que é pré-candidato ao Senado Federal. Tavares falou das composições em um momento em que a briga por partidos resultou em um “afastamento” entre o governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB) e o senador Benedito de Lira (PP). 

Ao comentar estas composições, Tavares diz não conhecer os conchavos em política. “Nem quero conhecer. Eu não quero fazer alianças espúrias, eu não quero discutir com políticos o uso de secretarias que não seja para o bem comum. Então, eu sou realmente um ET, um extraterrestre. Mas, um extraterrestre, uma pessoa de fora que quer fazer a diferença, que quer mudar, que quer mostrar que é possível, sim, gerir para o povo, pensar no bem comum, erradicar a pobreza, diminuir essa falta de oportunidade, acabar com a exclusão, trabalhar na periferia, trabalhar, enfim, em prol de toda a sociedade de Alagoas”.

Um discurso de mudança na forma de fazer política em um candidato que tem o apoio de um governo que entregou uma de suas principais pastas - a Educação - a conchavos políticos, desde o início. Tavares ainda seguiu afirmando que Alagoas precisa fazer, “mas fazer diferente, fazer dentro da legalidade”.  E eis este trecho: “Porque ele (o alagoano) vai dizer: ‘Olha, nós temos hoje um governo que pensa no próximo, que sabe trabalhar para o próximo, que toca obras, mas também combate o crime, mas que também combate a improbidade, mas que também dá o exemplo’. E é essa exemplificação que eu quero levar para o povo”.

Tavares não enxerga assim o atual governo? Uma indagação que me veio a cabeça ao ler matérias sobre a entrevista do ex-procurador-geral de Justiça. Eduardo Tavares terá o ônus e o bônus de ser o candidato de situação. O ônus? Os números negativos de alguns setores do governo, dentre os quais a segurança pública, por exemplo. Vai precisar realmente falar muito em mudança, mas dentro de uma dosagem certa. Afinal, ele também é um processo de continuidade do projeto que aí se encontra. 

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