No dia de ontem, 27, o pré-candidato ao Governo do Estado de Alagoas, Golbery Lessa (PCB) foi o sabatinado por jornalistas - incluindo este blogueiro - na rodada de debates que vem sendo promovida pela TV Alagoas/Portal CadaMinuto e rádios Correio e CBN. Golbery Lessa falou sobre a dívida pública do Estado, dentre outros assuntos, como as críticas ao setor canavieiro. Lessa foi o “outro lado da moeda” quando comparado ao discurso do candidato anterior: Joatas Albuquerque (PTC), que chegou a defender o Regime Militar.

Ao falar da dívida pública, Golbery Lessa a classificou como um “projeto neoliberal”. “Todos os estados estão endividados com o Governo Federal e com juros que torna impossível pagar esta dívida”. Para o comunista, algo proposital para deixar, não apenas Alagoas, mas todos os estados da federação, subordinados às políticas monetárias do governo central. “Representa uma quebra do pacto federativo brasileiro” e - na visão de Lessa - uma afronta a autonomia do Estado.

Indagado sobre a solução diante deste impasse, ele lembrou que entre os anos de 2005 e 2012, Alagoas pagou mais de US$ 3,5 bilhões de dólares e não sanou a dívida. Ficou devendo mais. “Nosso partido defende uma crítica a esta dívida e uma auditoria (obviamente para detectar a origem e quem são os devedores), mas também sublinhar o caráter ideológico e neoliberal dela”.

Golbery Lessa também tocou no ponto do latifúndio canavieiro e citou a cidade de Arapiraca - em função da forma como a Agricultura é desenvolvida na região - como um exemplo onde os minifúndios deram certo e que esta ideia deveria ser expandida para todo o Estado como alternativa ao setor sucrooalcoleiro. Porém, alertou para o fato de que Arapiraca cresce de forma desordenada e - em sua visão - repetindo os mesmos erros de Maceió e com concentração de renda. 

“Mas, o grande problema de Alagoas é o latifúndio canavieiro. Ele influencia 50 cidades alagoanas. A metade do Estado é influenciada. por usinas de açúcar. É o pior negócio do mundo, pois são empresas que não fazem nada durante seis meses, então a taxa de lucro tende a cair. O que a usina faz? Ela compensa essa paralisação em cima da natureza, do trabalhador, dos fundos públicos. Tem um impacto no espaço político que é fantástico. Esse poder transforma o Estado em partimonialista e oligárquico e o Estado de Direito acaba virando residual. Então, resolver a questão do latifúndio acaba sendo essencial em Alagoas. Diminuir o espaço do latifúndio no econômico, no político e no cultural é um pensamento do nosso partido”, frisou.

Outro ponto, foi a visão do candidato em relação à segurança pública. Para Lessa, é preciso “rejeitar - do ponto de vista do partido - a ideia de que a violência é culpa da população ou inato da sociedade. O Japão tem uma taxa de homicídios baixa. Em Alagoas, a taxa de homicídio é alta. Por que é diferente? Porque as políticas públicas funcionam. Quando as políticas públicas funcionam, com Educação, Saúde e Cultura, não vai haver anomalia social, falta de referência na população. O crime será diminuto. O nosso problema não é procurar o pequeno assaltante e achar que ele é o culpado, mas perceber que a violência vem do êxodo rural não planejado, da desestruturação da Saúde e da Educação e da péssima qualidade do emprego em Alagoas. A ausência de creches é um dos problemas, por exemplo. As famílias possuem um problema sério para trabalhar e cuidar das crianças. Falta um sistema de cultura no sentido de integração social”.

Estou no twitter: @lulavilar