A nota dos partidos aliados do senador Benedito de Lira (PP) expôs uma figura central dos bastidores das articulações político-eleitorais do grupo de Teotonio Vilela Filho (PSDB): o secretário de Gabinete Civil, Àlvaro Machado. Um dos que mais trabalham para viabilizar Eduardo Tavares (PSDB) como pré-candidato.
Há quem diga que foi o maior incentivador da pré-candidatura do tucano junto ao governador Vilela. Inclusive, segundo fontes, trabalhando arduamente para tirar o ex-secretário de Infraestrutura, Marco Fireman (PSDB) do processo.
Machado é hoje o supersecretário do núcleo duro de Teotonio Vilela Filho e trabalha pela viabilização da candidatura de Tavares, acreditando que esta pode encampar o mesmo discurso que fez com que Vilela se reelegesse: “o caminho do bem”. Um maniqueísmo que deu certo no passado. Dará agora?
A posição de Machado no processo que resultou no “afastamento” - já que Benedito de Lira, em seu atual clima de “paz e amor” evita se indispor com quem quer que seja e não usa a palavra rompimento - é posta na própria nota. Ele (Àlvaro Machado) é mais exposto do que é o próprio governador Teotonio Vilela Filho.
Àlvaro Machado é chamado de truculento e acusado de humilhar os partidos da base governista, pressionando-os a fechar aliança com Eduardo Tavares. A carta aponta - e a palavra é esta, apesar dela não existir lá! - o secretário do Gabinete Civil, que pouco aparece nos holofotes, como o homem que “sem qualquer diálogo” tentou cooptar os partidos que hoje estão na base de Lira.
Inclusive, Machado é tido como o maior defensor de Tavares dentro do processo, causando inclusive alguns conflitos em ninho tucano por figuras importantes do partido não terem sido consultadas, como o prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB).
Os partidos se sentiram “alvo de chantagem” já que havia um acordo para não avançar sobre as alianças já consolidadas com Lira. Tentei conversar com Àlvaro Machado sobre a parte da nota que o ressalta, mas não obtive êxito. Gostaria de saber se ele compartilha da mesma visão da nota em relação a sua importância no processo.
Outro trecho da nota que merece destaque: ““Por que o governador quer dividir o núcleo que apoia Biu e Alexandre? Por que não procura atrair outros partidos? Essa atitude é estranha, pois só fortalece a candidatura da oposição”, afirma um dos dirigentes partidários.”. Quem é esse dirigente que insinua - as entrelinhas mostram isto! - um acordo “branco” em relação à candidatura de Tavares? É a primeira vez que uma nota oficial fala de “um dirigente” tão corajoso que não diz o que quer dizer, insinua, e ainda não revela o nome…
Benedito de Lira é o paz e amor: rompe sem romper, lança nota em que dirigente não se identifica, é Eduardo Campos, mas não faz oposição a Dilma Rousseff. Se afasta de Vilela, mas não rompe. Fala da truculência com o amor de quem não fecha portas.
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