A jornalista Vanessa Alencar confirmou - em sua reportagem - a entrega de cargos por parte do senador Benedito de Lira (PP), o que deve provocar uma mudança em muitas pastas do governo de Teotonio Vilela Filho (PSDB).
É o fim de uma parceria entre o PSDB e o PP no governo do Estado de Alagoas que se estendia desde 2010. Porém, jamais se poderá considerar que a chapa encabeçada pelo senador Benedito de Lira (PP) seja uma oposição.
Vale lembrar que - recentemente - Lira ainda fez elogios a Vilela e ao que - segundo o próprio pepista - são conquistas do atual governo. Os mais recentes elogios se deram quando Lira lançou sua pré-candidatura e disse, com todas as letras, “aqui não há candidatura de oposição a ninguém”.
Ele se referia a Vilela e a presidente Dilma Rousseff (PT), já que seu palanque será o palanque de Eduardo Campos (PSB) em Alagoas, devido a parceria com o deputado federal Alexandre Toledo (PSB), que é pré-candidato ao Senado Federal.
Lira - com isto - acompanha o deputado federal Maurício Quintella (PR): um dos primeiros aliados de Vilela a deixar o governo, perdendo a pasta de Recursos Hídricos. A saída do governo é uma naturalidade, já que o tucano-mor optou por uma candidatura que não Lira. O pré-candidato palaciano é Eduardo Tavares (PSDB), que tem - por enquanto - como aliado o Democratas do vice-governador José Thomaz Nonô
A relação de rompimento já era tão sentida dentro do Palácio República dos Palmares que - dois secretários confirmaram! - já se perdia a unidade do governo e muitos dos cargos só pensavam em planos para se manter em funções estratégicas pensando em quem seria o próximo governador. Ou seja: o típico governo onde o café já chega frio.
Vilela - naturalmente - usava as pastas para articular alianças em torno de uma candidatura. Espanta-me é, na entrevista a jornalista Vanessa Alencar, o deputado federal Maurício Quintella, que - como todo respeito ao parlamentar - não é nenhum neófito, se mostre surpreso. Seria algo natural do processo. Se disputou aliados na base palaciana, se dialogou para tudo que é lado. O próprio Quintella foi alvo de flertes.
E por qual razão a nota e chama Nota de Repúdio? Ora, uma vez rachada a base, seria natural que o governador - como uma das peças principais do tabuleiro do xadrez político - buscasse viabilizar a candidatura de seu “protegido”. Ou os ex-aliados acreditavam que Vilela estaria parado? Ou acreditavam que a candidatura de Eduardo Tavares era um blefe? A base estava rachada e Vilela tinha um pré-candidato. Qual a surpresa disso?
E já que entregou as pastas, vale lembrar. Dentre os aliados, a pasta mais importante é de Benedito de Lira: a Educação. Como esta será entregue? Com que resultados? Com que feitos? Por sinal, a pasta da Educação sempre esteve nas mãos dos aliados. Uma secretaria que Vilela entregou fácil e de porteira fechada, apesar dos inúmeros problemas.
Quintella - a voz do grupo por enquanto - ainda acusou o governador de utilizar a pasta para “cooptar partidos para apoiar Tavares”. Era natural que cedo ou tarde isto ocorresse. O governo - neste caso - não rachou a base por estratégia, mas sim por disputa mesmo. Benedito de Lira nunca foi o candidato de Vilela.
Aguardemos o conteúdo da nota de repúdio dos ex-aliados…que repudiam o seguinte: Vilela não escolheu Benedito de Lira e resolveu atrair partidos para a base de seu candidato. Outra curiosidade: os discursos em relação ao Executivo tucano a partir de agora.
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