Ao fechar aliança com o PSB e com o PPS, o pré-candidato ao governo e senador Benedito de Lira (PP) - que terá o deputado federal Alexandre Toledo (PSB) ao seu lado, como candidato ao Senado - firmou o compromisso de abrir espaço no palanque para o presidenciável e ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). O problema é que o PP de Lira - assim como o próprio senador - integra a base de governo de Dilma Rousseff (PT).
Indaguei a Lira se a frente montada por ele seria o espaço de Dilma ou de Campos em Alagoas. Eis a resposta do senador: "nós temos uma composição política para cuidar de Alagoas. Com a presença do PSB está definido o que vai acontecer aqui. Nós vamos receber o candidato a presidência da República, Eduardo Campos, para conosco fazer campanha em Alagoas. Evidente que não temos nada contra quem quer que seja, muito pelo contrário. Não posso satanizar a Dilma, nem Teotonio Vilela. Até porque o Lula - ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) - foi um grande benfeitor do meu Estado. Temos este sentimento".
Lira não aprofunda a análise e já puxa o assunto para o campo local. "Nós estamos muito mais preocupados com Alagoas do que futricagem política". Insisti se um apoio a Eduardo Campos não seria por si só uma oposição à presidente Dilma Rousseff. O senador Benedito de Lira segue: "mas ninguém está fazendo oposição aqui a ninguém. Nós vamos trabalhar por Alagoas. O Estado não pode se confrontar com quem quer que seja porque precisa. Aqui não existe oposição contra Dilma, nem contra A ou B. Aqui é uma frente de interesse de Alagoas para cuidar dos alagoanos".
Bem, Eduardo Campos conseguiu o palanque em Alagoas. Deu o aval para que o PSB de Alexandre Toledo se alinhasse a Benedito de Lira para disputar o Senado Federal. Até conversou com Lira por telefone na manhã de hoje - conforme informações de bastidores. Todavia, vai ser defendido em um palanque que não tem tanto interesse assim em se opor a Dilma Rousseff. É o discurso de Lira.
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