A "corda está tensionada" no Palácio República dos Palmares na "briga" por partidos para montar os palanques. A base governamental de Teotonio Vilela Filho (PSDB) - que não participa diretamente do processo - deve apresentar duas candidaturas: de um lado o tucano e ex-procurador-geral de Justiça, Eduardo Tavares. Do outro, o senador Benedito de Lira (PP).

O PP faz parte da base, mas não apresentará uma candidatura de situação. O "carimbo" de situacionista, colhendo o bônus e o ônus, fica com Eduardo Tavares. O problema é o desafio que o PSDB terá - o prefeito Rui Palmeira foi o único tucano a reconhecer isto publicamente - para tornar Tavares mais conhecido das "massas".

Os tucanos devem começar a trabalhar estratégias de popularização do nome de Tavares. Quem acompanha as redes sociais do ex-procurador já percebe que ele anda em eventos e tem dialogado com "líderes populares". No entanto, ainda assim - quando a campanha decolar - o PSDB terá pouco tempo de televisão para apresentar propostas e biografia. Para mais tempo de televisão, é preciso mais partidos.

É neste ponto que Vilela entrará em campo. O tucano pretende arrastar para o seu lado o PSB, o PPS, o PSD (ainda que apenas oficialmente, pois o que conta é o tempo de televisão) e o Democratas. Por enquanto, apenas o Democratas apontou positivamente para a aliança, com o nome do vice-governador José Thomaz Nonô (DEM) como candidato ao Senado Federal. E o se o PSB entrar no barco? Como fica o alinhamento com campo nacional, já que existe a candidatura presidencial do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos. O PSDB com o DEM é palanque para o presidenciável e senador Aécio Neves (PSDB).

São muitos os detalhes em jogo. Mas o PP avança na formação de sua frente e - como já disse neste blog - deve apresentar uma chapa completa em breve.

Neste ponto, o senador Benedito de Lira (PP) leva vantagem. Ele está mais próximo de fechar com o PSB, com o PSD, com o PR e com o Solidariedade. Entretanto, formar esta frente pode custar cargos ao PP tanto no âmbito federal, quanto dentro da esfera do Estado. Para ter o PSB, Lira se afastaria da base da presidente Dilma Rousseff (PT), assumindo o compromisso de abrir o palanque para Eduardo Campos. A oposição - liderada pelo deputado federal Renan Filho (PSDB) - já se considera a candidatura da presidente em Alagoas.

O xadrez palaciano é mais um jogo no qual Benedito de Lira está inserido para dar musculatura a sua própria pré-candidatura. Dentro dos partidos que formam a base de Vilela, o pepista é sem dúvida o que tem mais densidade eleitoral para concorrer ao governo. Todavia, não é candidato do governador. Quem carrega esta missão é Eduardo Tavares. O PROS do deputado federal Givaldo Carimbão - que também tem cargos no governo, mas negocia com todas as frentes - também enxerga em Lira o nome mais viável. Carimbão até aceita ser o senador do grupo, caso todo mundo se una novamente. É difícil que isto ocorra.

Nos dois pólos desta corda tensionada estão de um lado Benedito de Lira e do outro o governador Teotonio Vilela Filho. Cada um deles em busca do melhor cenário. Lira para si mesmo. Vilela para Tavares. Será possível separar governo de negociações partidárias num momento como este? O futuro dirá...

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