O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), que manteve uma histórica parceria política com o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) sustentada até o ano de 2007, mesmo não tendo eles – após isto - se distanciado de fato, partiu para o ataque em relação à segurança pública na gestão tucana.
Os índices da criminalidade – em especial os homicídios e o crescimento do tráfico de drogas – são os principais pontos pelos quais o atual governo é criticado por adversários. As críticas – obviamente – também se estendem à Saúde e Educação.
Calheiros afirma que “sabe das dificuldades enfrentada pelo governo e que é fácil se colocar no papel de crítico”. Logo, salienta entender as decisões de Vilela em alguns setores, mas também salienta não perdoar o que foi feito na segurança pública. O dito antes foi apenas um prólogo para o discurso adotado em relação à violência em Alagoas.
Renan Calheiros culpou diretamente Teotonio Vilela. Talvez tenha sido o discurso mais duro direcionado ao ex-parceiro político nas dobradinhas em que elegeram os dois ao Senado Federal em recente passado. De acordo com o peemedebista, o tucano só fez transferir a responsabilidade da segurança pública para os outros poderes durante sua gestão.
“Primeiro ele nomeou o general Sá Rocha, transferindo para o Exército. Um general que depois se viu envolvido em um atentado histórico. Já foi uma transferência de responsabilidade. Saiu o Sá Rocha, ele foi buscar um delegado federal aposentado, o Paulo Rubin, transferindo responsabilidade mais uma vez”, colocou Calheiros.
O peemedebista diz que Vilela demorou para nomear alguém da corporação militar, como ocorreu com Dário César, que logo deixou a pasta para ser pré-candidato. “Com a saída de Dário César, buscou o nome de Eduardo Tavares que é do Ministério Público. Ele saiu colhendo os piores resultados da gestão para ser candidato ao governo. Agora, colocou um homem íntegro que é o juiz Diógenes Tenório, mas transfere de novo a responsabilidade agora para o Judiciário”.
O resumo da ópera: Renan Calheiros apresenta uma visão de uma segurança pública sem foco de gestão tucana. Gestão esta – ainda na visão calheirista - em que o governo do Estado não se mostrou responsável por ela. O discurso embasado nos números da violência tem sido um excelente palanque para os adversários. O senador Fernando Collor de Mello (PTB) – aliado de Calheiros – já o usou bastante. Os peemedebistas são mais amenos, mas mostram por onde vão atacar ao apresentarem seus projetos.
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