De acordo com informações de bastidores, nem todo mundo do grupo palaciano anda satisfeito com a indicação de Eduardo Tavares (PSDB) para concorrer ao governo do Estado de Alagoas.
Entre alguns, o clima é de: “mal chegou e já sentou na janela”. Em todo caso, a candidatura de Eduardo Tavares mostrou a força do chefe do gabinete civil Álvaro Machado: um dos que mais articulou neste sentido.
Quanto a Tavares, conforme os bastidores, quer ser candidato e também trabalhou para isto internamente. Para o ex-secretário de Infraestrutura, Marco Fireman, restou o constrangimento de ter empurrado para frente uma pré-candidatura na qual acreditou.
Fireman levou – ainda segundo bastidores – uma rasteira. Foi surpreendido e – em nome do partido – teve que “engolir o sapo”. Eduardo Tavares surge como o candidato de Teotonio Vilela Filho (PSDB), antes mesmo de ser o candidato dos tucanos. É o candidato de Álvaro Machado também.
Com o partido nas mãos de quem o abençoou, Tavares só não é candidato se Vilela não quiser. Resta saber se entrará no pleito de forma competitiva. Tem um trunfo: seu perfil biográfico, a história no Ministério Público Estadual. Ficou pouco tempo na Defesa Social da Era Vilela para se “queimar” com os índices que preocupam os alagoanos.
Mas, isto pode não ser tudo. O desafio – como já citei aqui – passa a ser a construção da base. Aos poucos, como fez o PSB do deputado federal Alexandre Toledo, os partidos aliados vão batendo o pé de que possuem pré-candidatos e podem se aventurar na disputa pelo Executivo.
O PP – por exemplo – é o partido aliado com base mais sólida e pode arrastar do Palácio República dos Palmares várias siglas como PR e PROS; e ainda contar com Solidariedade e PSD. O que vai determinar este jogo? Os interesses proporcionais.
A maioria das siglas que compõem a base governista de Vilela estão de olho na Câmara de Deputados. Se movimentam pelo pragmatismo dos cálculos. É preciso formar blocos competitivos para disputar as vagas de Brasília, já que na oposição – leia-se: o grupo liderado pelo PMDB – há candidatos fortes.
A estratégia é o melhor grupo para uma disputa interna que eleja quatro deputados federais. No bloco palaciano, Maurício Quintella (PR), Givaldo Carimbão (PROS) e Arthur Lira (PP) – já com mandatos – estão na briga. O deputado federal João Lyra (PSD), o deputado estadual João Henrique Caldas (Solidariedade), o ex-secretário de Esportes, Pedro Vilela (PSDB) e outros também buscam espaços.
O PSDB isolado terá que trabalhar muito para eleger Pedro Vilela. Nomes como o de Dário Cesar e Rogério Teófilo correm o risco de apenas se portarem como escada, caso aceitem ser.
O PP – atualmente – tem melhor condições de articular o grupo rumo as cadeiras proporcionais pelos partidos já abraçados. Caso não mude o cenário, evidentemente. Em política tudo é possível. O blogueiro Davi Soares – aqui do CadaMinuto - está mais que correto quando fala da luta árdua de Vilela para atrair aliados. Confirma a análise que fiz aqui ainda no fim de semana, quando ainda se especulava a candidatura de Eduardo Tavares.
Isto não se dá por conta da cabeça da chapa. O problema é o corpo.
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