Ao seu já conhecido estilo, o senador Fernando Collor de Mello (PTB) – o principal rival do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) – usou as redes sociais para ironizar a escolha do “tucanato” em optar pelo ex-secretário de Defesa Social e ex-procurador-geral de Justiça, Eduardo Tavares, como provável candidato ao Executivo alagoano.
Tavares foi a surpresa do processo eleitoral. Vilela havia “autorizado” o ex-secretário de Infraestrutura, Marco Fireman, para que este corresse o Estado na busca por viabilizar sua candidatura. Fireman montou estratégia de comunicação, usou o Canal do Sertão como cabo-eleitoral e até contou com a ajuda do governador em um evento.
Porém, na reta final do prazo de desincompatibilização, Fireman foi surpreendido pela presença de Eduardo Tavares no jogo, o que inviabiliza as pretensões do ex-secretário de Infraestrutura. Por enquanto, foi quem mais perdeu com a decisão do governo.
Já falei neste blog, em postagem anterior, que o desafio de Vilela – na tentativa de construir um bloco único – será coordenar alianças com o nome de Tavares. O PSB já anunciou que mantém o deputado federal Alexandre Toledo como pré-candidato ao governo. O senador Benedito de Lira (PP) tem a sua frente com PR, Solidariedade, PSD e possivelmente o PROS.
O tucanato terá que trabalhar muito nos próximos dias. Principalmente para cumprir a agenda de Vilela, que quer mostrar a chapa à sociedade alagoana na segunda quinzena de abril, como revelou em entrevista ao CadaMinuto Press desta semana.
Os pré-candidatos comentaram de forma cautelosa a decisão tucana. Assim se deu – por exemplo – com Lira, em entrevista à jornalista Vanessa Alencar, aqui no CadaMinuto. Todavia, Collor não deixaria passar a oportunidade. Em uma charge feita por sua equipe de comunicação, o senador petebista volta a chamar Teotonio Vilela Filho de “tartaruga”. Ao fazer a relação com Tavares, insinua que o governador optou por um “poste”.
Erra Collor. Eduardo Tavares tem uma biografia que pode sim fazer diferença no processo eleitoral. Se fará, não sei. Se será o suficiente para mudar intenções de voto, não sei também. É o processo. Ele cai de paraquedas, o que é verdade. Todavia, traz um discurso que deve ser explorado pelo PSDB, sobretudo diante do trabalho desenvolvido no Ministério Público Estadual. Não há como subestimar em função de sua desconhecida densidade eleitoral.
O “torpedo” de Collor não mira em Eduardo Tavares, mas no governador. Mostra que o Palácio República dos Palmares não conseguiu fazer sucessor e terá dificuldade de emplacar candidato em função do que pensa a opinião pública sobre o tucano-mor. Nisto, se Tavares for o candidato mesmo, será palaciano. Logo, com o ônus e com o bônus.
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