O senador e presidenciável Aécio Neves (PSDB) deu uma longa entrevista ao radialista França Moura. Falou sobre vários assuntos, mas dois eixos conduziram a conversa: a Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras (CPI da Petrobras) e o processo eleitoral no país e em Alagoas.

Neves busca - claramente! - fortalecer seu nome. Aproveita para dar entrevistas específicas e dialogar diretamente com o eleitor de determinadas regiões. É uma estratégia política. Tenta reverter uma incomoda posição nas pesquisas eleitorais, já que a presidente Dilma Rousseff (PT) está na dianteira com ampla folga, como mostram as pesquisas.

O assunto da vez - diante da gravidade das denúncias, que de fato o governo federal precisa explicar para o povo brasileiro a forma como conduziu um dos maiores patrimônios da nação à situação em que se encontra hoje - é a CPI da Petrobras. O tucano busca aproveitar o espaço tocando justamente neste assunto.

"A CPI da Petrobras não surgiu porque a oposição resolveu chatear o governo", iniciou Aécio Neves na busca por afastar o cunho eleitoreiro de suas declarações, já que é um presidenciável em franca pré-campanha. "Ela nasce a partir de denúncias da maior gravidade. A Petrobras - maior empresa do Brasil e patrimônio de todos os brasileiros - perdeu, apenas no governo atual, metade do seu valor".

De acordo com Aécio Neves, R$ 200 bilhões que foram embora. "Quando a presidente Dilma Rousseff (PT) assumiu, a empresa era a 12ª maior do mundo. Hoje, é a 120ª empresa do mundo. Apresentamos uma proposta de CPI para saber as razões e quem se beneficiou destes negócios. Dilma era presidente do conselho de administração naquele momento. Tem que dar satisfação à população brasileira. Estamos fazendo nosso papel de oposição. Fiscalizar ações do governo".

O presidenciável é cauteloso. Ele diz que Dilma Rousseff é honesta, porém - afirma com todas as letras - que acha que ela é incapaz de gerir o país. "O governo não quer que haja investigação e quer melar tudo. Não querem investigar. É um dia muito importante. Vou estar daqui a pouco no plenário para cobrar o presidente (senador Renan Calheiros) uma decisão de equilíbrio nestas questões. Estou confiante que teremos investigação".

Questionado sobre os assuntos que envolvem tucanos em escândalos, como a questão do metrô, o mensalão mineiro, dentre propostas de CPI feita por governistas, Aécio Neves rebate: "que façam a CPI do que quiserem. O que não é correto é misturar tudo que é tema. Que investiguem os demais assuntos. Quem deve, pague. Agora, um dos direitos sagrados da minoria é de estabelecer CPI e achamos que ela se justifica em razão das denúncias que se sucedem todos os dias. CPI não condena previamente ninguém. Não estamos prejulgando. Não acho que Dilma seja desonesta. A questão é saber se ele tem condições de tomar decisões. A Eletrobrás perdeu valor de mercado a partir de uma intervenção direta da presidente, por exemplo. Decisões do governo são equivocadas".

Política

Aécio Neves também falou de política - como ressaltou o blogueiro Davi Soares, em competente postagem - e defendeu que os tucanos tenham candidatura própria em Alagoas. Sobre o assunto, falarei aqui em outra postagem ainda no dia de hoje. No blog de Soares, informação precisa do norte da conversa neste sentido: a defesa do PSDB encabeçando o palanque da sucessão do governo, com o vice-governador José Thomaz Nonô (Democratas) ao lado, disputando o Senado Federal.

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