Pelas peças publicitárias do Seminário Alagoas Realidades e Perspectivas, cuja primeira edição ocorreu na cidade de Santana do Ipanema e dizem que foi organizado pela União dos Vereadores do Estado de Alagoas (UVEAL) e pela Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), é possível chegar a uma conclusão: a AMA ficou de fora da “organização” desta vez.
De acordo com o presidente da AMA, Marcelo Beltrão (PTB), a ausência da AMA – que esteve entre as organizadoras (oficialmente) nos dois primeiros eventos em Santana do Ipanema e Paripueira – não se dá por qualquer tipo de questão política. A decisão – explica ele – se deu em função da diretoria não ter tido tempo de discutir a questão, além das “questões partidárias”.
“Mas isto não representa problema algum. Tanto que os prefeitos estão convidados e devem participar. Apenas a AMA não faz parte da organização desta vez”, confirmou o prefeito.
A minha avaliação, o leitor já conhece desde o primeiro seminário de Santana de Ipanema, quando comentei aqui. O evento é um “palanque” para o chapão. Ou seja: a frente liderada pelo PMDB do senador Renan Calheiros.
O convite agora é feito pela UVEAL, trabalhadores, servidores públicos e pelos partidos políticos da oposição. A entidade presidida pelo vereador de Cacimbinhas, Hugo Wanderley (PMDB), é quem encabeça a lista como anfitriã do encontro, que será em Penedo.
Este é um encontro importante para o PMDB do senador Renan Calheiros. Tanto que antes do convite já era tratado como um evento deste porte. Há quem aposte que lá - dia 11 de abril de 2014 – seja batido o martelo em relação à candidatura do deputado federal Renan Filho (PMDB) ao governo do Estado. Eu duvido. Acho que a cautela do PMDB, que tem sido da natureza do partido durante todo o processo, segue para além.
Lá estarão, entretanto, todos os partidos que pretende marchar com o PMDB de Calheiros, incluindo o senador Fernando Collor de Mello que é do mesmo PTB do presidente da AMA. A ausência da AMA na organização do evento chamou minha atenção. Justamente pela posição assumida pela entidade em eventos anteriores do mesmo porte.
Repito o que disse da primeira vez: este evento é uma organização de partidos políticos – em especial o PMDB – e não há nada de ilegítimo em uma frente partidária querer discutir sobre os problemas de Alagoas e buscar perspectivas de solução. O que se questiona é o uso da imagem de instituições para dar outra roupagem ao evento. E só.
O evento em si é legítimo e até trouxe – nas edições passadas! – discussões importantes, colhendo pleitos das regiões que ganharam diligências em Brasília, alguns com perspectivas de serem solucionados. Ou seja: gerou demanda e trabalho. Porém, do jeito que é feito é vender uma coisa e entregar outra em ano eleitoral.
Mas se dizem que a AMA e a UVEAL organizaram os primeiros, quem sou eu para dizer o contrário...
Agora, a UVEAL encabeça o papel de anfitriã da reunião da frente de oposição ao governo do Estado de Alagoas.
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