Conversei com algumas pessoas próximas ao senador Fernando Collor de Mello (PTB) sobre a aproximação – que é divulgada em bastidores – entre ele e o senador Benedito de Lira (PP).
De acordo com as fontes, Collor segue focado na tentativa de solidificar a aliança – cada vez mais difícil de acontecer – entre o PTB e o PMDB do senador Renan Calheiros. O grupo do PMDB não quer Fernando Collor de Mello no palanque.
Se depender da estratégia peemedebista, ainda segundo os bastidores políticos, o candidato é o deputado federal Renan Filho (PMDB), com um vice do Partido dos Trabalhadores (os nomes de preferência são o deputado estadual Judson Cabral ou a superintendente do Porto, Rosiana Beltrão) e um senador do próprio PMDB.
O nome do médico José Wanderley pode ser o candidato ao Senado. O ex-prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa, chegou a ser cogitado, mas há uma dúvida. A crença é que Barbosa teria um caminho mais fácil se disputasse a Câmara de Deputados. Além disto, no caso de uma vitória do PMDB, é uma peça que pode compor secretariado.
Serve – sendo assim – como um coringa até na hora de discutir as composições proporcionais. Dá para negociar até futura suplência. Claro que se trata de probabilidades de um xadrez político. É preciso também combinar com o povo.
Fernando Collor – segundo fontes próximas ao senador petebista – ainda acredita na possibilidade de uma composição ampla, mas não “dorme no ponto”. Sente que há um distanciamento e um possível isolamento. Por isto, também mantém a porta aberta para a possibilidade de se unir com o senador Benedito de Lira.
A fonte ressalta: “Collor e Lira possuem um ótimo relacionamento em Brasília. São senadores que trabalham juntos, inclusive para emendas que beneficiam Alagoas. Não há dificuldades de diálogo. Diálogo se mantém sempre. Se acontecer uma possível composição, não há arestas entre eles”.
Benedito de Lira abre espaço para tantos diálogos que mais parece a montagem de uma “arca de Noé” diante das distintas espécies. Com a aproximação do dilúvio, da estrela vermelha do PT aos tucanos do Palácio República dos Palmares, a arca acolhe qualquer um. Podem acusar Benedito de Lira de tudo, menos de preconceito ideológico.
Além de conversar com fontes que pediram off, indaguei também sobre esta composição ao suplente de Collor, Euclydes Mello (PRB). Ele disse que não está acompanhando os diálogos de Collor com Lira. “Não sou a pessoa certa para falar do assunto, mas o que posso afirmar é quem em política até boi pode voar. É um ditado já conhecido, mas que faz sentido”, ressaltou o bem humorado Euclydes Mello.
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