A porta de entrada para o usuário do Sistema Único de Saúde (SUS) conseguir atendimento na rede na pública pode ser fechada em Maceió devido ao atraso nos pagamentos de mais de 250 funcionários, que fazem a triagem dos casos clínicos na população carente. Nas sete unidades de Pronto Atendimento (PAs), a situação tem sido de indignação e de carência entre os servidores do setor administrativo, que estão dependendo da ajuda de outros colegas para chegar até o trabalho.

            Sem receber seus vencimentos, médico, enfermeira, auxiliares de enfermagem, farmacêutico e funcionários de apoio administrativo e de serviços gerais se preparam para entrar em período greve. A unidade de Pronto Atendimento é administrada pelo município, com uma contrapartida do Governo Federal, através do programa Pró Vida, que faz o repasse da verba destinada ao pagamento desses funcionários. O dinheiro é repassado para o estado que por sua vez repassa para o município.

            Os Prontos Atendimentos, distribuídos nas sete regiões administrativas da capital, tem como responsabilidade o atendimento de pequenas ocorrências em demanda espontânea da população, em casos como crises hipertensivas, convulsivas e alérgicas, diarreias, dores diversas – abdominais, na cabeça, no peito – vômitos, infecções urinárias, cólicas menstruais e renais, curativos de pequenos cortes e desidratação, entre outras, com a finalidade de desafogar as unidades de atendimento de urgência e emergência – como os mini pronto-socorros e o HGE – para onde estão sendo encaminhados, apenas os casos de maior gravidade.

            Situação insustentável

            De acordo com a médica Thayse Ferro, a situação se tornou insustentável quando completou o segundo mês do não repasse do salário para as contas dos funcionários. Somente na unidade onde a profissional da saúde trabalha no posto Osvaldo Brandão Vilela, no bairro Ponta da Terra, por mês são realizados mais de 10 mil atendimentos de baixa complexidade.

             “No próximo dia 20 irá vencer o segundo mês este ano. Com o atraso, nós sempre vamos ficar com um mês dentro. A situação está complicada e quem está sofrendo mais com isso é o pessoal do administrativo. Tem muita gente na unidade que não tem dinheiro para comer e outros nós estamos fazendo uma cota para conseguir pagar a passagem de ônibus para chegar ao trabalho”, relatou a médica.  


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