"Não vou admitir preconceito de dizerem que não posso participar do processo porque não estou ligado às dinastias políticas de Alagoas". A frase é do ex-secretário de Infraestrutura, Marco Fireman (PSDB). Pode ser que não tenha endereço certo (o que duvido!), mas acaba atingido adversários e aliados dos dois grupos políticos que se desenham no Estado de Alagoas.
Afinal, são candidatos postos de longa história.
De um lado, o grupo do senador Renan Calheiros (PMDB), que tem uma longa estrada política e que trabalha a candidatura do filho - o deputado federal Renan Filho (PMDB) - ao governo do Estado de Alagoas. Do outro, o pepista Benedito de Lira. Atualmente senador, Lira teve vários mandatos como vereador, deputado estadual e deputado federal.
Marco Fireman quer se "vender" como o novo dentro de um governo que sofre com a opinião pública e enfrenta péssimos indicadores na Educação, na Saúde e na Segurança Pública. E sempre teve (o grupo) ligação com toda a velha guarda da política alagoana, inclusive os que hoje figuram de oposição. Apesar de Benedito de Lira já ter lançado sua candidatura com um apoio de partidos políticos que fazem parte da ala palaciana, Fireman não jogou a toalha.
"Eu deixei o governo com o pedido do governador. Ele me pediu - quando resolveu não ser mais candidato ao Senado Federal - que eu precisava deixar a secretária e trabalhar meu nome em um projeto para compor a majoritária. Eu saí do governo e fui conversar sobre política. Não poderia fazer isto enquanto secretário. Como secretário, cuidei da pasta. Não é certo confundir as coisas", explicou.
Fireman deixa claro ter consciência de que ninguém é candidato de si mesmo. "Estou buscando me viabilizar. Posso não ser candidato em função de alguma composição. Estou fazendo um trabalho para saber se serei candidato ou não. Fazendo o que o governador pediu. Estou indo conversar com o povo, com lideranças. Há quem ache que eu não serei. Agora, não vou admitir é preconceito que coloca pessoas que não são de família tradicional de políticos como os que não podem ser candidatos", reforça.
Marco Fireman não descarta alianças que o coloquem dentro de alguma candidatura majoritária. Ou seja: vice ou senador. Porém, a ideia é trabalhar - ainda que o tempo seja curto - na possibilidade de viabilizar uma candidatura e até mesmo um palanque para o senador Aécio Neves (PSDB), que será candidato à presidência da República. "Eu sou novo no ramo da política. Meus pais não são políticos. Nunca tivemos ninguém da família na política alagoana. É uma novidade para mim. Mas é um desafio. A experiência que acumulei como gestor de uma das pastas mais importantes me credencia a estar neste momento pensando em um projeto para o futuro de Alagoas. Se for meu nome o escolhido, eu estou pronto. A condição é que a gente avance. Não podemos retroceder".
Sobre composições, Fireman evitar citar nomes dos aliados, mas frisa que é algo que o futuro reserva. "Neste momento a obrigação é sentir e ouvir o povo. Pensar em um projeto político. Agora, com o tempo livre e fora da secretaria posso fazer isto. Estou conversando muito com lideranças. Eu acho que Alagoas tem que experimentar coisa nova. Tem coisa velha aí que não dá resultado".
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