O quadro de superlotação na Maternidade do Hospital Universitário permance. Todos os 60 leitos do serviço estão ocupados e há pacientes excedentes no setor de pré-parto, recebendo assistência no corredor enquanto aguarda a hora de ter seus filhos. O setor enfrenta uma situação crítica com o aumento da demanda de gestantes e a  carência de profissionais. Ontem, o pré-parto chegou a a registrar 25 gestantes internadas, quando a capacidade de instalação é de 12 leitos.

Agora pela manhã, o setor amanheceu com 16 pacientes, das quais duas recebem atendimento em macas e duas em poltronas. A triagem – serviço de avaliação das gestantes que dão entrada na maternidade – continua a funcionar sem interrupção, recebendo usuárias do SUS que afirmam não terem sido atendidas em outras maternidades de Maceió e do interior.

Todos os 48 leitos do setor de alojamento conjunto (onde a mãe fica internada com seu recém-nascido) estão ocupados agora pela manhã, um quadro que pode ser alterado a medida em que houver condições das pacientes e bebês receberem alta médica.

Desde a semana passada a situação de superlotação da maternidade do Hospital Universitário, que é um fato recorrente, alcançou nível insuportável, afetando também o internamento nas UCI e UTI neonatais. Os profissionais atribuem o aumento do número de pacientes ao fechamento da Maternidade Santa Mônica, que em função da reforma deixou de receber a livre demanda  e só interna gestantes encaminhadas de outras maternidades quando avaliadas em situação de alto risco. Maternidades que atendem gestantes de risco habitual também limitaram atendimento, segundo as próprias pacientes que chegam ao HU.

Ontem, a coordenadora da Maternidade do HU, dra Lúcia Amorim, mostrou à mídia a situação de superlotação no serviço e fez apelos para que os gestores da Saúde adotem medidas para amenizar o quadro, antes que aconteça alguma fatalidade. Em entrevista, ela enfatizou que a maternidade do HU não está contando com o suporte das outras maternidades da rede pública e que, ao ligar para o Complexo Regulador de Atendimento (CORA), em busca de vagas para transferência de gestantes, a resposta que recebe é que não há leitos disponíveis na rede.