A forma como se desenha o quadro político para as eleições de 2014 pode acirrar discursos - nas linhas e entrelinhas - tanto dentro do PMDB do senador Renan Calheiros, quanto no PP do senador Benedito de Lira.

As farpas já estão sendo postas nos bastidores políticos. De lado, o PMDB busca construir a figura do "novo" diante da possibilidade da candidatura do deputado federal Renan Filho, ao governo do Estado. Um novo que tem raízes no que há de velho também na política alagoana, evidentemente.

Basta olhar as alianças. Do outro, Benedito de Lira quer mostrar que não é o "velho", mas a "experiência" e aposta no discurso do senador que mais trouxe emendas para Alagoas. Nas contas de Benedito de Lira, são R$ 2 bilhões durante o mandato.

O discurso do PMDB é em torno de um projeto.

Benedito de Lira se mostra disposto a comprar a briga e já usa de algumas ironias. Nos mais recentes discursos já disse que "não são olhos azuis que ganharão o governo". Disse que se o lado de lá tem "conselho político para fazer projeto, ele também tem projeto".

De acordo com um pepista próximo ao senador, Benedito de Lira já diz nos bastidores que venceu Renan Calheiros uma vez na disputa pelo Senado Federal - por ter sido mais votado! - e que pode vencer novamente. A dança agora é outra, mas Benedito de Lira confia que consegue ser mais uma vez o "pé-de-valsa".

A confiança - como disse ontem - é de que o governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB) entre na campanha. Lira só não pode esperar de Vilela um discurso mais duro para cima de Renan Calheiros. O tucano e o peemedebista já foram "irmãos quase siameses" em eleições passadas.

Tanto é assim, que no próprio evento de Benedito de Lira, Vilela ainda citou Renan Calheiros em seu discurso, afirmando que há dois senadores que - na visão do tucano - trabalham muito por Alagoas: Renan Calheiros e Benedito de Lira. O tucano só compra briga com um senador: o petebista Fernando Collor de Mello, que Benedito de Lira - por sua vez - não descarta numa possível aliança mais ampla.

Uma prova viva de que neste xadrez político alagoano quem está num canto do corner facilmente se move para o outro em questão de poucas jogadas. 

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