Um erro de informação resultou na peregrinação da gestante Daniele Alves do Nascimento a três unidades hospitalar de Maceió para conseguir dar luz a sua filha. Na noite de ontem (16), ela e seu esposo, Emerson Fabiano Nascimento, tentaram uma vaga na Maternidade Santa Mônica, unidade que havia sido determinada pelo médico, mas eles não conseguiram.
Por telefone, Fabiano explicou que a mulher havia recebido o encaminhamento para a maternidade pelo próprio médico que acompanhou o seu pré-natal, quando foi descoberto que ela tinha hepatite B. “Nós tínhamos esse encaminhamento e mesmo assim não fomos atendidos. Minha mulher estava perdendo líquido e em todas as maternidades que nós fomos apenas os vigilantes apareceram nas portarias”, afirmou.
Segundo ele, ainda na entrada da Santa Mônica o vigilante do prédio informou que a gestante não poderia receber atendimento, pois ela deveria apresentar o encaminhamento do Cora. “Hoje pela manhã quando toda aquela agonia passou, entrei em contato com o Cora e eles informaram que várias pessoas estão ligando para reclamar a mesma situação”, contou.
Daniele e Emerson Fabiano conseguiram atendimento na Maternidade do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA), onde também é feito o atendimento de gestante de alto risco. “A minha indignação maior é que nenhuma delas, principalmente a Santa Mônica, nenhum enfermeiro ou médico saiu para olhar a minha mulher. Eu expliquei diversas vezes que era gestante de alto risco, mas ninguém deu a menor atenção”, emendou Fabiano.
Superlotação
Devido à falta de vagas em outras maternidades, a Maternidade HU tem enfrentado uma superlotação que ultrapassa o total de leitos. Sobre a situação da gestante Daniele Nascimento, a assessoria do hospital explicou que mesmo sem o encaminhamento do Cora, a paciente foi atendida por apresentar uma gravidez de alto risco.
O problema na maternidade é que gestantes de baixo e médio risco estão procurando o local. O hospital informou que agora pela manhã, uma gestante chegou a dar a luz na sala de triagem, pois não havia leitos disponíveis no Centro Obstétrico. O setor de pré-parto está ocupado com 25 pacientes, porém sua capacidade é para apens 12.
“O grande problema é que os profissionais não conseguem encaminhar as pacientes para outras unidades, que alegam falta de vagas. Grande parte das pacientes que chegam ao HU recebeu a recusa para internamento em outras maternidades, principalmente na Santa Mônica, que em função de uma reforma na estrutura limitou o atendimento”, disse a unidade unidade em nota a imprensa.
Santa Mônica
A Maternidade Santa Mônica reforçou que o atendimento das gestantes de alto risco continua sendo feito através do encaminhamento do Cora, que geralmente entra em contato com a maternidade para saber da sua capacidade. O Cora é responsável por fazer um contato prévio e enviar todas as informações da paciente, já que a unidade não está realizando a triagem.
A unidade informou ainda que o procedimento é seguido a risca devido a reforma na unidade que limitou o número de leitos. “Isso foi um acordo feito entre as unidades do município, Estado e a Universidade. Nós estamos recebendo pacientes com encaminhamento do Cora devido ao limite de vagas”, disse a Santa Mônica.