A reunião na busca de acalmar a crise entre o PT e o PMDB - ocorrida no dia de hoje - resultou em um compromisso da presidente Dilma Rousseff (PT) para acalmar os ânimos peemedebistas: o Partido dos Trabalhadores deve apoiar chapas encabeçadas pelo PMDB em alguns estados.

Claro que a "correlação de forças" passa pela composição futura do Congresso Nacional. O PMDB não quer perder o direito de fazer o presidente do Congresso em 2015, não sendo diminuído nas eleições deste ano. O PT luta por aumentar o número de seus legisladores. São partidos que disputam a formação das bancadas em Brasília, apesar da aliança que possuem. Não é um incêndio que se combate fácil. Sempre ficarão brasas acessas, pois reflete na busca do PMDB por ter espaço.

Logo, após a eleição, a crise pode voltar...

Para o PMDB é uma questão de sobrevivência do partido diante do que serão os próximos anos do PT no poder. Simples assim! O PMDB não quer se tornar aquilo que o Democratas acabou virando em relação aos tucanos, um mero apêndice nas composições eleitorais. Isto passa por peitar o apetite petista em relação a ocupação do Congresso Nacional.

Eis a razão da reforma ministerial nem ter sido discutida com afinco no dia de hoje, ora. Disse isto aqui antes e as matérias jornalísticas que versam sobre a crise, comprovam. Inicialmente, Dilma Rousseff se comprometeu a apoiar o PT em seis Estados. A imprensa nacional citou apenas quatro: Maranhão, Tocantins, Paraíba e Rondônia. Não será difícil para o senador Renan Calheiros (PMDB/AL) colocar Alagoas nesta lista e ter o PT em uma composição.

A questão é: Renan Calheiros também está negociando o seu futuro no Congresso em 2015? Se estiver, a reeleição para a presidência do Senado Federal também entra em pauta. O partido com maior bancada, tradicionalmente elege o presidente. Na próxima quinta-feira, 13, peemedebistas e petistas se reúnem novamente. Quem capitaneará o encontro é o presidente nacional do PT, Rui Falcão. Suas últimas declarações sobre o assunto não foram nada hábeis.

Na pauta: as alianças regionais. Conforme as informações que circulam na imprensa, PT e PMDB podem acertar os ponteiros em 12 estados. Os insatisfeitos na Câmara de Deputados ameaçam entregar as pastas caso percam espaço. No Palácio do Planalto, a ordem é isolar o líder dos insatisfeitos, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ). Ele não estava na reunião. Cunha pode sofrer a ira petista em breve.

Peemedebistas e petistas saíram da reunião com muita cautela. Evitam declarações mais fortes...

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