PT e PMDB vivem um momento de crise no cenário político nacional. O partido do senador Renan Calheiros e do vice-presidente Michel Temer é um dos aliados mais importantes da base de sustentação do governo de Dilma Rousseff (PT) e cobra um tratamento melhor por parte dos petistas.

Quando o assunto é "tratamento melhor" não diz respeito apenas a questão de ministérios como já ficou claro, mas a projeção para 2015-2018. O PMDB quer espaços que correspondam ao que julga ser o tamanho da sigla e da sua importância no processo eleitoral. Há ainda uma briga pelo "controle" do Congresso Nacional. Em especial, a disputa por eleição de senadores e deputados federais.

PT e PMDB disputam ampliações de bases. Em Alagoas, a discussão também se faz presente. É importante para o PMDB de Renan Calheiros ter candidatos de peso na disputa pela Câmara de Deputados. Isto pode influir até na apresentação de um nome competitivo para o Senado Federal. Entre as possibilidades do partido estão Luciano Barbosa (ex-prefeito de Arapiraca) e José Wanderley (ex-vice-governador).

Na Terra dos Marechais, há também uma perspectiva de aliança na disputa pelo governo do Estado. O PMDB indicando a cabeça, com a candidatura de Renan Filho. O PT, podendo indicar o vice. Nos bastidores, dois nomes aparecem: o deputado estadual Judson Cabral e a superintendente do Porto, Rosiana Beltrão.

Um dos peemedebistas de peso e fiel aliado de Renan Calheiros, Luciano Barbosa, analisou a crise que fez com que Michel Temer e Dilma Rousseff se reunissem no dia de ontem e já provocassem um novo encontro nesta segunda-feira com os caciques nacionais da legenda. Para Barbosa: "tanto para o PMDB quanto para o PT, a aliança é muito importante".

Barbosa enxerga a crise com contornável. "Essa luta intra partidos e entre partidos sempre houve. Se torna mais acentuada num ano de eleições. Acho que é próprio da dinâmica da política democrática. Aqui e em qualquer lugar de regime bicameral, temos disputa, ainda mais quando se tem uma eleição pela frente que deve resultar numa alteração da correlação de forças no Congresso".

Em outras palavras, o peemedebista reconhece o peso que tem sido disputar espaços no parlamento. Inclusive, Barbosa parte para esta disputa: seja como candidato nas proporcionais à Câmara de Deputados, ou por uma das cadeiras majoritárias do Senado.

Na manhã desta segunda-feira, Dilma Rousseff se reúne com Renan Calheiros, o senador Eunício Oliveira e os petistas Aloizio Mercadante e Ideli Salvati. O plano é isolar o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha, que não esteve em nenhum dos dois encontros. Desautorizá-lo como porta-voz do partido passa a ser uma prioridade para contornar a crise. Cunha comanda os peemedebistas revoltados e que defendem a ruptura da aliança. 

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