A democracia brasileiro vive um verdadeiro festival de partidos. Por qual razão ter mais um? Ao todo, são mais de 30 agremiações. Recentemente ingressaram no cenário - já estruturados para o pleito deste ano - o PROS e o Solidariedade. Em Alagoas, representados - respectivamente - pelo deputado federal Givaldo Carimbão e pelo deputado estadual João Henrique Caldas.
Não faz muito tempo, o PSD também se tornou uma alternativa para alguns políticos insatisfeitos com suas siglas de origem. Marina Silva (ex-PV) tenta consolidar sua Rede, que não teve êxito para este processo eleitoral. Em meio a um cenário de constantes fusões e criações de novas siglas é de se indagar o porque da existência de tantas delas se no final das contas prevalece o fisiologismo e a lógica da matemática eleitoral. Muito raramente os passos de políticos são ditados com convicções partidárias.
No entanto, um grupo de jovens profissionais liberais e estudantes (próximos ao pensamento que alguns no país classificam como senado a Direita brasileira) passaram a aposta na criação de uma sigla que venha a representar não só pontos de vistas muito próximos a filosofia do liberalismo, como distante deste fisiologismo e da matemática eleitoreira. Trata-se do Partido Novo.
A sigla busca a formalização para participar dos pleitos. Não será uma opção agora em 2014, mas - se tudo correr dentro do que planejam os organizadores - estará consolidada como legenda nas eleições de 2016. A fase é de coleta de assinaturas. Um dos organizadores do partido em Alagoas, Santiago Staviski, ressalta que "esta fase de colher assinaturas e apoios está sendo feita sem pressa".
"Nosso objetivo maior é que as pessoas conheçam o partido e entendam o que defendemos. Que conheçam o partido antes de simplesmente assinar", ressalta. Um dos apoiadores do movimento, o professor de Direito, Adrualdo Catão, salienta que o Partido Novo busca já trazer em seu estatuto regras rígidas que o afastam do fisiologismo habitual e do caciquismo.
"Há regras estatutárias que freiam a possibilidade do partido virar um feudo de qualquer cacique, promovendo sempre a renovação deste diretório. Além disto, um político eleito para um cargo pelo Novo não poderá tentar a reeleição. Por exemplo, se ele for eleito deputado federal, não poderá mais concorrer a este cargo. Assim, estimulamos a renovação e o debate político", salientou Catão.
Staviski complementa ressaltando que o partido já nasce com bandeiras liberais como "a garantia das liberdades individuais, o livre mercado e a menor intervenção estatal, o indivíduo como agente de mudança e criador de riquezas (empreendedorismo), visão de longo prazo, dentre outras".
São pontos que - segundo Santiago Staviski - não se encontram em outros partidos brasileiros. "Vamos lidar com alguns rótulos, como esta turma que aponta e já diz logo que é fascista. Enfim. Mas para estes uma só informação: leiam o estatuto e as bandeiras propostas e tentem encontrar um ponto neste sentido. Não encontrarão". O partido já tem um site na internet: www.novo.org.br, onde é possível encontrar maiores detalhes sobre o que pensa o grupo.
O Novo já conta com mais de 300 mil assinaturas e vários diretórios espalhados pelo país. Santiago Staviski e outros profissionais buscam fundar o diretório alagoano. "Nossa ideia é não tratar política como uma profissão, mas estimular a participação do indivíduo como agente de mudança. A política é uma atividade que deve ser exercida por todos".
Nacionalmente, o Novo é presidido por João Dionísio Amoedo, 50 anos, que é engenheiro-civil e administrador de empresas.
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