De acordo com alguns peemedebistas,  diante da consolidação da candidatura do deputado federal Renan Filho (PMDB) ao governo do Estado de Alagoas, o nome do deputado estadual Judson Cabral (PT) seria um "excelente vice" para composição da chapa.

A escolha do vice - explica alguém muito próximo do núcleo duro, também chamado de conselho político, do PMDB - passa por alguns critérios como: ajuda no aporte financeira, não prejudicar no discurso, trazer bases eleitorais de regiões onde o candidato teoricamente é fraco e por aí vai...

Renan Filho tem circulado bem pelo interior do Estado de Alagoas, com bases em mais 40 municípios e ainda dialoga bem em grupos de oposição em muitas cidades alagoanas. Cabral tem uma boa base em Maceió, como deputado estadual e um histórico - dentro da Assembleia Legislativa - que não compromete, muito pelo contrário: ajuda.

Cabral é um dos deputados estaduais que não se prejudicou com a imagem do escândalo que levou à Assembleia a uma crise institucional. Sendo assim, PMDB e PT poderiam fechar uma aliança na cabeça da chapa, deixando o espaço aberto para a outra majoritária: o Senado Federal.

Engana-se quem pensa que esta vaga é do senador Fernando Collor de Mello (PTB) em seu projeto de reeleição. Collor até pode ocupar o posto, mas o martelo está longe de ser batido. Dentro do PMDB, outras possibilidades são discutidas para ampliar ao máximo o leque das alianças sem prejudicar o projeto principal: chegar ao Palácio República dos Palmares. E chegar com um dos Calheiros.

O plano A é Renan Filho.

Collor é uma opção de aliança que será decidida de forma bem pragmática. Está mais do que claro que o petebista e outros oposicionistas pregam esta união da frente, como ocorreu em Arapiraca. As outras opções do PMDB para o Senado Federal são pratas da casa: o ex-vice-governador José Wanderley ou Luciano Barbosa (ex-prefeito de Arapiraca e pré-candidato à Câmara de Deputados).

A opção por Barbosa é sinalizar um rompimento de vez com Collor, o que não deve acontecer. Se Collor acabar em outro palanque será pela "soma de rejeições" que o PMDB avalia, além de outros fatores. Todavia, há espaço para uma possível composição, assim como - já foi dito várias vezes neste blog - há arestas.

Quem acha que não há que espere o senador Renan Calheiros dizer com todas as letras: "Collor é meu candidato ao Senado". Ele ainda não disse. O peemedebista-mor, como grande enxadrista que é, segue com cautela, na construção do caminho mais pragmático e sem desgastes para a eleição de Renan Filho.

Em relação ao PT, há quem defenda e veja numa aliança deste porte algo excelente, mas afirma que o partido precisa deixar a condição de coadjuvante e pensar em chegar no próximo processo eleitoral com condições de indicar a cabeça da majoritária. O deputado estadual Ronaldo Medeiros é um destes.

Mas vale lembrar: em política tudo pode acontecer...inclusive, nada!

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