O governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB), surpreendeu a todos antecipando – em uma coletiva à imprensa logo no início do ano – sua decisão em relação às eleições de 2014. Vilela, após discursar sobre feitos e falhas do governo (na visão dele!), anunciou que ficaria até o final do mandato e não disputaria o Senado Federal.

Porém, mesmo com o anúncio oficial, ainda há dúvidas na oposição. Estas já foram manifestadas por Ronaldo Lessa (PDT) e também pelo presidente do PTdoB, Marcos Toledo.  Por esta razão, a agenda da oposição só poderá bater o martelo após o dia 4 de abril, quando saberá efetivamente – nas palavras de Toledo – se “a decisão do governador é para valer mesmo”.

A saída de Vilela do jogo eleitoral mudou o cenário. O mais afetado foi o senador Fernando Collor de Mello (PTB) que investia – de forma mais incisiva – no discurso de opositor. Collor foi implacável nas críticas ao governo. Sem Vilela como rival no pleito, o discurso esvazia um pouco.

Além disto, Vilela liberou para que os palacianos buscassem seus caminhos nas consolidações das pré-candidaturas. Entre os situacionistas são cinco postulantes na busca de disputar o Palácio República dos Palmares: o senador Benedito de Lira (PP), o vice-governador José Thomaz Nonô (Democratas), os ex-secretários Marcos Fireman (PSDB) e Luiz Otávio Gomes (PSDB) e o deputado federal Alexandre Toledo (PSB).

Todos com portas abertas para todos os diálogos possíveis. Alexandre Toledo, Benedito de Lira e Nonô já afirmaram isto em recentes entrevistas. Se Vilela volta ao cenário – possibilidade remota; quase nula! – muda tudo mais uma vez. Com Vilela candidato ao Senado Federal, a composição palaciana passa a ser outra. E há oposicionistas que apostam nisto.

Claro que isto fortalece o discurso de unidade na oposição. Vilela como timoneiro diminuem as possibilidades de aproximação entre alguns opositores não tão opositores assim e os situacionistas. 

Em relação a Ronaldo Lessa, é um dos nomes da frente oposicionistas que – mesmo com as recentes experiências majoritárias, disputando cargos e tendo assumido prefeitura e governo – já bateu o martelo: vai disputar uma das cadeiras da Câmara de Deputados. Ou seja: independente de quem for o candidato do PMDB já tem grande possibilidade de contar com o PDT.

Tudo isto em nome da construção de uma unidade. Unidade esta que ainda não tem martelo batido, bom frisar. Em política, tudo pode acontecer. Não é por acaso que o evento de abril está marcado para depois do prazo de desincompatibilização. 

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