Para o senador Fernando Collor de Mello (PTB) – “o tranquilo!” – a frente de oposição já está consolidada. Collor sempre mostrou ter mais pressa na formalização de uma aliança que o cauteloso enxadrista da oposição: o senador Renan Calheiros (PMDB).

Não é por acaso que todas as vezes que tal unidade se via ameaçada, Collor – o tranquilo! – se movimentava. Em um primeiro momento chegou a afirmar que o único nome de consenso era o do senador Renan Calheiros e que se o candidato ao governo fosse o deputado federal Renan Filho (PMDB) era preciso rediscutir com a frente de oposição.

Diante do fato do PMDB ter foco e projeto e não abrir mão de encabeçar a chapa, seja com Collor ou sem Collor, o senador petebista estimulou o ex-prefeito Cícero Almeida (PRTB) – o ausente no encontro de Arapiraca! – a ser candidato ao governo do Estado de Alagoas. Um tiro que parece ter saído pela culatra.

Almeida foi uma onda que assim como veio, regressou. Diante dos acordos do PRTB, é provável que o ex-prefeito seja mesmo candidato a deputado federal. Ficou até ressentido – segundo bastidores – em ter sido avaliado apenas como “uma boa possibilidade” pelo deputado federal Renan Filho. O deputado federal deu entrevista a este blog. Almeida queria mais convicção em torno de seu nome, já que tinha uma pesquisa favorável. Coisas de oposição unida, sabe como é!

Mas, voltando ao senador Fernando Collor: diante do clima de instabilidade restou a Collor confiar a Ronaldo Lessa (PDT) a função pacificadora de aglutinar a oposição. Tarefa inicialmente cumprida. Calheiros discursou falando de unidade, mas se manteve cauteloso. O enxadrista de sempre. Todo mundo junto com suas diferenças. Segue a arca em meios aos dilúvios.

Collor é mais enfático no discurso: “hoje, estamos no Agreste, na cidade de Arapiraca. Porém, é preciso lembrar que as dificuldades estão presentes em todo o Estado, o que é lamentável. No entanto, acredito que essa situação pode mudar. Os partidos que aqui estão mostram que estão atentos à realidade das ruas e preocupados com os anseios da sociedade”.

O petebista vai além: “o encontro de hoje marca o início do programa de governo”. O PMDB em seu conselho político já tem o marco do início de seu programa de governo de antes. Já tem o foco de encabeçará a chapa de muito antes e o leque de alianças depende disto. “Diferentemente do que eles dizem, os partidos de oposição a Vilela estão juntos. Temos tempo para decidir os nomes. A melhor resposta é essa. A Frente existe, tem cabeça, corpo e membro. E asseguro que sabemos muito bem o que esse grupo representa para o povo alagoano. Aqui está a prova definitiva da entre os membros da Frente de Oposição”, falou Collor, sempre tranquilo.

Pra encerrar, uma pergunta para o senador Renan Calheiros: o senador Fernando Collor será o candidato ao Senado Federal ao lado do deputado federal Renan Filho na disputa pelo governo do Estado? Basta um “sim” ou um “não”.  Afinal, na chapa do PMDB já tem cabeça. Falta corpo e membro. Qualquer resposta diferente disto é cautela em defesa da união.

Pode ser que o grupo forme uma chapa só, mas o que digo aqui é apenas isso: é preciso conjugar interesses. Collor sabe disto. Caso contrário não teria tido as ações que descrevi acima...outra pergunta para Renan Calheiros: Luciano Barbosa (PMDB) já é descartado de qualquer possibilidade de estar numa disputa pelo Senado?

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