Uma entrevista do deputado federal e pré-candidato ao governo Alexandre Toledo (PSB) ocupará as Páginas Vermelhas do CadaMinuto Press que vai às bancas amanhã, dia 07.  Toledo fala sobre o cenário político e - durante a entrevista - faz uma defesa do setor sucroalcooleiro, afirmando que os "usineiros alagoanos" foram "estigmatizados" no processo político sendo apontados como a causa de todo mal da história recente de Alagoas para "esconder os maus políticos".

Uma declaração forte de Toledo, que é um homem do setor que tem forte influência na economia alagoana. O setor do polêmico acordo de renúncia fiscal que durante muitos anos foi alvo de debates; o setor que também é citado quando se fala em arrecadação, em falência do Produban, dentre outros assuntos...a entrevista na íntegra poderá ser lida no jornal impresso.

O deputado federal conversou com a jornalista Candice Almeida. Em uma das respostas, Alexandre Toledo destaca a importância da agricultura familiar no Estado e critica o esquecimento da bacia leiteira. Aproveita o tema para criticar o senador Fernando Collor de Mello (PTB), ainda que sem citar nomes. Veja: "O agricultor familiar alagoano hoje é o que mais deve. Isto porque, infelizmente, houve uma condução nacional de um presidente alagoano que acabou com as Emater [Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural] do Brasil, por não conhecer a importância do campo, e nem dos municípios, e por conta disso, o agricultor tirava um empréstimo, produzia sem qualquer competitividade, na hora de comercializar não tinha apoio e na hora de pagar não tinha como pagar ao banco e virou devedor"

"E o banco começou a executar as  dívidas e ele teve que abandonar as suas terras. É dessa política de abandono que estou falando. E foi onde nós começamos. Eu tenho todo orgulho em dizer que eu participei de um início de reestruturação de apoio ao homem do campo, através da secretaria de Agricultura, e hoje com a criação da nova Emater, que está se estruturando, ainda não está consolidada, ainda tem muito a fazer, mas já começou a fazer", complementou.

Para Toledo, o governo de Teotonio Vilela Filho (PSDB) começou um processo de reconstrução no setor. Sobre o setor sucroalcooleiro fala: "Muita gente se engana sobre o setor açucareiro, já chegamos a ter mais de 20% das terras alagoanas com cana de açúcar, hoje está em torno de 10, não chega a 11%. E o que foi feito nessas terras de onde a cana saiu? Praticamente nada. Esse foi um dos fatores do êxodo rural. Nada contra a pecuária de corte, mas foi ela que ocupou e ela não gera emprego. Vá numa cidade onde tinha uma usina e vá hoje, onde não tem mais a usina, e veja diferença do que é a cidade, infelizmente para pior. É só ir lá ver. Estigmatizou esse negócio de dizer que o setor açucareiro é uma coisa ruim. Não vou dizer que é bom ou ruim porque sou do setor, é bom a pessoa ir ao local, conversar com as pessoas. Ora, se uma coisa era ruim e saiu era para ter melhorado. E por que não melhorou? Pergunta lá numa cidade que tinha uma usina se eles queriam que ela voltasse. Agora, em  Alagoas, ao invés de resolver os problemas de Alagoas começou a colocar a culpa dos problemas nos usineiros. Foi uma forma de esconder os maus políticos. Foi mais fácil colocar a culpa na usina e deixar os políticos sem fazer nada".

Ao avaliar o cenário político, Toledo disse que os grupos postos possuem todo o direito de se estruturarem e buscarem espaços para levar as propostas. "Acho que todos têm direito, todos têm partido. Quanto mais se discutir a política, melhor. Quanto mais nomes, melhor. Assim a sociedade terá mais oportunidades de analisar e ver cada um".

Defende ainda a possibilidade de divisão do grupo palaciano. "Alagoas não aguenta mais de brincar de fazer política, Alagoas não aguenta mais estar brincando de fazer gestão pública. Isso não quer dizer que para o nosso bloco estar forte ele precise de uma candidatura só. De repente podemos não chegar a um entendimento de se ter uma candidatura só, e sair com mais de uma candidatura. E se vier um segundo turno, vamos estar juntos".

 

Sobre a oposição: "oposição não! Eu digo: é quem está nesse momento discutindo como oposição. Em Alagoas você tem momentos em que está fazendo gestão e outros em que você está fora da gestão. Mas pouca gente deixa de se conversar. Mesmo não estando presente no governo que está conduzindo o destino de Alagoas, isso não impede que as pessoas também participem das discussões desse grupo. Se tem conversado com vários seguimentos desse grupo aí que as pessoas tratam como oposição, mas que na verdade está vivendo um momento de oposição, não quer dizer que está carimbado que tem que ser oposição". Ou seja: mais um palaciano que mostra as portas abertas entre o senador Renan Calheiros (PMDB) e o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB).

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