Publiquei um texto sobre a "briga" entre o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas, Fernando Toledo (PSDB), e o deputado estadual João Henrique Caldas, o JHC (Solidariedade). Um embate antigo que pode ter novos capítulos com o retorno das atividades do parlamento estadual.
JHC foi o "homem-bomba" que detonou o parlamento com diversas denúncias que - atualmente - viraram alvo de investigação do Ministério Público Estadual (MPE). Porém, dentro da Casa de Tavares Bastos, nasce um movimento para colocar o deputado do Solidariedade na berlinda.
A acusação é de enriquecimento ilícito, como já noticiou o CadaMinuto nesta semana. As denúncias foram levantadas pelo jornalista Chico de Góis, em uma publicação que mostra uma série de políticos que fizeram fortuna no ramo, inclusive alguns nomes alagoanos como o deputado federal Arthur Lira (PP).
JHC e Lira são citados diretamente. Mas há os que são citados de forma indireta. Independente do mérito do que coloca o livro, JHC precisa esclarecer. Isto é evidente. Porém, as denúncias - mesmo com fundamento - podem ser a cortina de fumaça que a Casa de Tavares Bastos precisa.
A acusação de enriquecimento ilícito pode ser o ponta-pé inicial o "cavalo de batalha" de Fernando Toledo (PSDB) na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas para dar o troco?
Ora, se JHC cometeu alguma irregularidade, que pague por ela nos rigores da lei. Ninguém está acima da lei. NINGUÉM! Porém, as denúncias graves contra o parlamento estadual alagoano não deixam de existir por conta disto. Muito menos as investigações feitas pelo Ministério Público Estadual. Muito menos os repasses nunca explicados feitos à "lista de ouro" e por aí vai...
Isto não faz com que qualquer deputado estadual possa colocar a cueca por cima da calça e sair voando como super-homem. A sociedade quer passar a Assembleia a limpo, independente do que de pessoal haja na relação entre Toledo, JHC e qualquer outro.
Toledo diz que as denúncias de JHC tiveram motivação eleitoreira. Sobre o que motivou o deputado, o líder do Solidariedade que fale. O fato é que a motivação não anula o mérito das denúncias. Além disto, o que motivaria Toledo a só agora se interessa pelo patrimônio de João Henrique Caldas? O fato de não conseguir conviver com um deputado que enriqueceu rapidamente manchando a imagem da proba Assembleia, logo não merecendo estar entre os honestos pares; ou vingança mesmo em função dos escândalos que a Casa de Tavares Bastos vivenciou sem conseguir explicar? Responda, caro leitor.
Se João Henrique Caldas tem culpa no cartório, que seja investigado e punido caso comprovada a culpa. O livro de Chico de Góis - de fato - traz informações que merecem atenção. Mas não apenas sobre JHC, sobre Arthur Lira e outros deputados também. Alguns ainda na Casa de Tavares Bastos, citando até a Operação Taturana.
É preciso parar de ser do livro apenas os grifos que servem de mísseis teleguiados conforme a conjuntura política. Que Fernando Toledo consiga ler o livro todo e faça as investigações de forma mais profunda e com seriedade. A sociedade alagoana agradece. Mas, nem por isto, Fernando Toledo deixará de ser o presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Toledo. E o bom entendedor, sabe o que isso quer dizer...
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