O desembargador Otávio Leão Praxedes, integrante da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas, manteve a prisão do ex-soldado da PM Manoel Bernardo de Lima Filho, acusado de homicídio por deflagrar vários tiros contra o fazendeiro José Cardoso de Albuquerque, no dia 27 de setembro de 1989, no interior de uma casa comercial, Bilá Auto Peças, no município de Palmeira dos Índios.
À época do crime, a vítima estava sendo levada à delegacia de polícia do município para ser ouvida como suspeita de um esquema de furto e transporte de animais naquela região. Segundo a denúncia ofertada pelo Ministério Público, quando a vítima alcançou a calçada da delegacia, ao lado de dois policiais, ela se soltou e correu até a loja Bilá Auto Peças, na tentativa de se proteger dos mesmos. Na ocasião, o ex-PM Lima Filho teria perseguido José de Albuquerque e efetuado vários disparos de arma de fogo.
Após o cometimento do suposto crime, Lima Filho ficou foragido durante 19 anos, sendo encontrado somente em outubro de 2008, trabalhando em um posto de Saúde da cidade de São Paulo, utilizando nome falso de Valderon Pereira da Costa. Ele foi pronunciado em novembro de 2009, já em Alagoas, pela prática do crime de homicídio por motivo fútil e mediante traição, emboscada ou dissimulação, todos incluídos no Art. 121, inciso 2, do Código Penal Brasileiro.
A defesa do ex-PM ajuizou, anteriormente, outros três pedidos de liberdade, todos negados. No atual pedido, cujo relator é o desembargador Otávio Praxedes, a defesa afirmou que o acusado já se encontra preso há mais de cinco anos sem que tenha sido julgado, argumentando, então, que a prisão deve ser revogada. O desembargador explicou que não se sente seguro para atender o pleito, necessitando, a matéria, ser aprofundada na ocasião do julgamento da Ordem perante a Câmara Criminal desta Corte de Justiça.