Um ano e meio após ter recebido liberdade provisória, sendo monitorada por tornozeleira eletrônica, Mirella Granconatto foi pronunciada pelo Tribunal de Justiça de Alagoas, através da 8ª Vara Criminal da Capital, por homicídio qualificado e ocultação de cadáver no crime que vitimou a estudante Giovanna Tenório.
Na decisão assinada pelo juiz que acompanha o caso, Maurício Brêda, há relatos do passo a passo do crime com depoimentos dos envolvidos. O pronunciamento de Mirella Granconatto Ricciardi como principal acusada do crime, que vitimou Giovanna Tenório Andrade, coloca a ré em processo de julgamento.
Porém, um dos advogados de defesa, Raimundo Palmeira confirmou ter recebido o pronunciamento e aguarda a notificação para sua cliente e em seguida irá proceder com o recurso por dois motivos apontados.
“Não existem elementos que provem a participação dela no crime. A única coisa que eles tem contra a Mirella, é uma briga um ano antes do crime. Segundo ponto é que o pedido de diligências e rastreamentos telefônicas não tiveram resultado. Só com esses resultados, poderemos apontar o responsável pelo crime”, afirmou.
Com o pronunciamento da acusada por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, a fim de submetê-la a julgamento perante o Tribunal do Júri, a 8ª Vara Criminal ainda absolve Mirella do crime de sequestro, previsto no art.148 do Código Penal.
Agora, o juiz aplica o prazo de cinco dias, para que os envolvidos, bem como o Ministério Público e os advogados de defesa, fiquem cientes que poderão depor em plenário e por isso, devem juntar documentos e requerer diligências.
Atualmente, Mirella está em prisão domiciliar no município de Rio Largo sendo monitorada por uma tornozeleira eletrônica, tendo em vista que recebeu liberdade provisória.
O CRIME
Giovanna Tenório foi encontrada morta no dia 06 junho de 2011, em estado de decomposição avançado, num canavial, no município de Rio Largo. O corpo da estudante estava enrolado em um lençol e apresentava sinais de violência nas costas. Os peritos também encontraram um cordão de nylon no pescoço. A universitária estava com os mesmos trajes que usava quando desapareceu.
Antônio Bandeira e a mulher, Mirella Granconato tiveram seus nomes relacionados ao rapto e morte da estudante. Giovanna já manteve um caso amoroso com o empresário que havia negado que era casado. Tudo foi descoberto em uma festa em uma boate noturna de Maceió, onde Tony estava na companhia da mulher que flagrou um suposto encontro entre ele - o marido, e Giovanna.
As duas teriam discutido bastante e chegaram a trocar empurrões. Dias após, Mirella chegou a ameaçar por telefone a ex-amante do marido, que manteve alguns encontros com Tony às escondidas, conforme relatos de amigos da estudante.
No dia que a jovem desapareceu, ela teria avisado a família, antes de sair de casa, que não retornaria para almoçar. Giovanna passou a manhã participando do estágio do curso que era matriculada, no Cesmac. O estágio acontecia no Dique Estrada, região Sul de Maceió.
A retornar do estágio Giovanna teria falado a amigas que ia almoçar com um 'amigo' em um restaurante localizado próximo da agência do Banco do Brasil da Avenida Thomaz Espíndola, no bairro do Farol.
Amigas de Giovanna alegam que a estudante não falou o nome do 'amigo', mas demonstrava muita alegria. Foi esse 'amigo' que teria telefonado para ela pedindo para se apressar, pois já estava aguardando a moça. Este foi o último dia que amigos e parentes viram Giovanna com vida.
As investigações foram acompanhadas pelo Grupo Estadual de Combate ao Crime Organizado (Gecoc), do Ministério Público Estadual e juízes da 17ª Vara de Maceió, responsável pelas investigações de crimes praticados por grupos organizados.
Tony e a mulher alegam, em suas defesas, inocência na participação desse caso. Os dois chegaram a confirmar um relacionamento dele com a estudante morta e as brigas de Mirella com Giovanna.