Andar de ônibus se torna cada vez mais um risco em Maceió. Quem depende das linhas da empresa São Francisco tem sentido com mais frequência a ação dos bandidos dentro dos coletivos. Segundo dados do Sindicato dos Rodoviários, dos pouco mais de cem veículos, todos sofreram uma média de três assaltos. Além da São Franscisco, outras empresas também sofrem com os constantes asaltos. As empresas estudam implantar um sistema de bilhetagem eletrônica a fim de evitar a circulação de dinheiro nos ônibus, mas ainda não há uma data definida para o novo serviço.
Outro item que poderia evitar o crescimento da onda de assaltos segue no papel. A proposta de implantação de botões de pânico e de chips para inibir a ação de assaltantes dentro dos coletivos de Maceió também segue sem data para implantação. A ideia de instalação havia sido discutida em uma reunião do Conselho Estadual de Segurança (Conseg) em janeiro de 2013.
Diante dos recentes casos a coletivos, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado de Alagoas (Sinttro), Écio Ângelo, disse ao Cada Minuto que o projeto não surtiu efeito.
“As empresas não aderiram à proposta de implantação do botão de pânico e chips, provavelmente, devido aos altos custos financeiros que o projeto requer. Então, tudo o que ficou discutido ficou no papel”, afirmou Écio.
A proposta apresentada era de que os botões de pânico poderiam ser acionados no momento dos assaltos, enquanto os chips ajudariam a polícia a fazer o monitoramento dos coletivos, informando o local do crime e facilitando a prisão dos assaltantes.
Já o sistema de bilhetagem eletrônica foi apresentado à Secretaria de Defesa Social p elo Sindicato das Empresas de Transporte Urbano (Sinturb) durante uma reunião no mês passado. O projeto consiste em substituir as cédulas por um cartão recarregável para o pagamento das passagens. O projeto ainda não possui data para implantação.
Outra medida adotada para inibir os assaltos foram os cartazes com fotos de assaltantes afixados nos coletivos. Mas, segundo o presidente do Sinttro, algumas empresas deixaram de afixar os cartazes. “As empresas de ônibus, geralmente, fixam os cartazes. Mas, o que acontece é que, por alguma razão, nem todas as empresas estão afixando os materiais”, explicou.
O delegado Nivaldo Aleixo, titular do 9º Distrito Policial ficou responsável pelas investigações a assaltos a coletivos. Apesar de a população colaborar com algumas denúncias, a principal dificuldade apontada pelo delegado é que a maioria dos infratores é menor de idade.
“O Disque Denúncia tem dado bons resultados, mas nossa maior dificuldade está no fato de que os assaltantes muitas vezes são adolescentes. O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê que eles só podem ficar detidos em uma unidade de internamento por 45 dias. Muitos acabam voltando a cometer crimes. Nossa esperança é que o projeto de bilhetagem seja implantado e assim acabe com o principal foco dos assaltos, o dinheiro nos caixas”, disse.
Em relação ao número de assaltos registrado no ano de 2013, Écio lamentou o fato das empresas não enviarem o relatório com as estatísticas. Segundo ele, apenas a Empresa São Francisco enviou o relatório, em que consta 380 assaltos para uma média de 100 ônibus. Sobre a ação de criminosos, as últimas ocorrências registram uma mudança de local dos crimes.
“Antes, a ação ocorria, em sua maioria, nos bairros da parte alta de Maceió, mas hoje se percebe que muitos casos ocorrem na Avenida Fernandes Lima e na Avenida Durval de Góes Monteiro, em diferentes horários”, completa.
*Colaboradora