"Não sou idiota, nem omisso. Candidato ou não candidato, estarei participando ativamente do processo político. Não estou de fora". A frase é do vice-governador de Alagoas, José Thomaz Nonô (Democratas), diante das especulações que surgem após a decisão do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) de ficar até o fim do mandato.
Com a permanência de Vilela no Executivo, Nonô não assume o posto de governador. Consequentemente, perde espaço para uma candidatura rumo ao Palácio República dos Palmares. Nos bastidores, o vice é apontado como um possível candidato ao Senado Federal, em uma composição com os demais partidos.
O futuro dirá o rumo destas acomodações. Porém, nos bastidores, se evidencia a posição do senador Benedito de Lira (PP), como peça que ganhou força no jogo entre os aliados. Lira tem o apoio do PR do deputado federal Maurício Quintella e do PROS de Givaldo Carimbão para ser a cabeça do grupo.
Nonô salienta que com a decisão, Vilela tem que saber conduzir o processo para que não termine enfraquecendo o PSDB. Os tucanos também terão - evidentemente, sem a sua estrela maior no processo - dificuldade de se posicionarem como protagonistas nas negociações entre os aliados.
Sem contar que uma candidatura do senador Benedito de Lira (PP) - mesmo com o apoio dos palacianos - não é um palanque que no âmbito nacional agrade aos tucanos, nem ao PSB, que tem como pré-candidato ao governo o deputado federal Alexandre Toledo.
O grupo palaciano - atualmente - abriga Democratas, PP, PSDB, PR, PROS, PSB e PPS. Arrumar a frente única é o desafio dos situacionistas. A conversa que Nonô terá com o senador Aécio Neves (PSDB), em São Paulo, na próxima semana - obviamente - passará pela situação dos tucanos no Estado de Alagoas, caso o senador se candidate a presidente da República.
O vice-governador disse que está tranquilo em relação à condução do processo para apresentação dos candidatos. Que tem conversado sem "afobação". "Tenho uma preocupação com o governador Teotonio Vilela Filho. Geralmente, as pessoas se aproximam de lideranças que tem algum lugar para ir. O governador não será candidato. Isto pode, inclusive, trazer consequências para o partido. Para o partido dele, não para o meu".
O líder do Democratas ressalta um enfraquecimento do PSDB sem a presença de Vilela. Os tucanos - ao menos assim frisa Marco Fireman, secretário de Infraestrutura - acreditam que terão protagonismo na formação de alianças, podendo indicar um nome para governo, ou vice, ou senador na chapa. Será que Vilela perderia a condição de "comandante"? Ele ainda tem a caneta! Um político bastante experiente já disse por aí: em fim de governo, até o café vem frio. Os palacianos possuem agora um xadrez cheio de interesses para montar.
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