O governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) negou que tenha tido um "acordo de boca" com o presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Toledo (PSDB), para que este já soubesse - antecipadamente - que todos os anos seria socorrido pelo Executivo diante da ausência de recursos do duodécimo para pagar as folhas salarial do final do ano.
O socorro é histórico diante do fato do Legislativo ter um "cobertor curto" e paradoxalmente "regalias incríveis".
O fato é que socorrer o Legislativo - que gasta demasiadamente com gratificações e repasses nunca devidamente explicado aos cargos comissionados (alguns suspeitos de serem laranjas) - se tornou algo comum. Sendo assim, já sabendo da possibilidade, todos os anos não era preciso provisionar o recurso para a folha de dezembro, férias e 13º salário, como era para ser feito.
Resultado: nunca o servidor teve um final de ano tranquilo na Casa de Tavares Bastos. (Leia-se: o servidor que de fato trabalha no Legislativo. Estou a excluir os possíveis fantasmas, laranjas e os que tiveram seus nomes cravejados na lista de ouro). Ora, se houve "acordo de boca" entre os tucanos, foi um aperto de mão danoso.
Quem falou do suposto acordo foi a deputada estadual Flávia Cavalcante (PMDB) quando estava no exercício da presidência ao reclamar da demora do governo do Estado de Alagoas em repassar os recursos extras para que os servidores do Legislativo recebessem ainda em dezembro. O que não ocorreu.
Agora, o governo vai enviar R$ 12 milhões para a Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas. Uma antecipação de recurso que corresponde a 1/12 do duodécimo do ano passado, já que o orçamento de 2014 ainda não foi aprovado pela Casa de Tavares Bastos que se encontra fechada. Porém, apesar de ser uma situação histórica, provocada pela própria Mesa Diretora presidida por Fernando Toledo (PSDB), há quem ainda acredite que Toledo esteja salvando a pátria pagando bem menos do que se deve ao funcionalismo.
Vilela negou - em conversa com este blogueiro - que tenha existo acordo antecipado. São essas coincidências que vivem acontecendo na política e que - no caso da ALE - se repetiu todos os anos. Coincidência terrível. "Historicamente, todos os anos, a Assembleia precisou deste recurso e eu ajudei a Casa. Não havia acordo".
De acordo com Vilela, ele estava impedido de fazer o repasse antes. Mas agora, em um novo ano, pode consultar a lei e fazer o repasse de 1/12 baseado no exercício financeiro do ano passado. Diante da antecipação fica a dica para os parlamentares que não foram às aulas de matemática (afinal por qual outro motivo estes bravos senhores errariam sistematicamente os cálculos que tranquilizariam a vida dos servidores?): em dezembro deste ano, o problema se repetirá novamente. Já pensaram em cortar gratificações excessivas e repasses que ninguém explica direito? Quem sabe ajuda!
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