Existem alguns animais que convivem de perto com as pessoas, especialmente nas grandes cidades. À primeira vista são inofensivos, mas trazem um grande risco à saúde da população, como é o caso dos pombos.

Esses animais, assim como os humanos, precisam de três fatores para sobreviver: água, comida e abrigo e é justamente por conta disso que eles habituam-se a viver perto da população, que costuma fornecer tudo aquilo que eles necessitam. Aqueles que alimentam voluntariamente esses animais mal sabem que com isso estão trazendo grandes riscos à saúde pública, favorecendo a reprodução e a permanência dessas aves em determinados locais.

Segundo o biólogo Carlos Fernando Santos, coordenador de Entomologia do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), os pombos foram considerados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma praga urbana, pois apresentam riscos principalmente à saúde respiratória do homem.

“Os pombos usam gravetos, penas e fezes para construir seus ninhos e é justamente nas fezes que se encontra o problema. Existem dois fungos presentes nessas fezes, histoplasmose, que causa problemas respiratórios e a criptocose, que pode causar meningite. Além de dermatites de forma geral e alergias como sinusite e rinite”, afirma o coordenador.

A população de pombos duplica a cada ano e as pessoas que alimentam esses animais os ajuda a se domiciliarem e a se reproduzirem. A recomendação do Centro de Controle de Zoonoses é não alimentar os pombos para que eles saiam do meio urbano e procurem alimentos em áreas mais distantes da população.

Além disso, as fezes dos pombos têm alto grau de acidez e estragam todo tipo de material como madeira, pintura de automóveis e monumentos históricos.

Vale lembrar ainda que os pombos não devem ser mortos, apenas controlados, já que têm importância ambiental assim como outras aves. “Deve-se trabalhar a questão educacional, orientando as pessoas a evitar alimentar os pombos. Nós do CCZ realizamos apenas medidas paliativas, mas é preciso trabalhar a questão educacional da população. Se elimina o alimento, elimina a superpopulação de pombos e as chances de reprodução em meio urbano”, garante.

Na Unidade de Saúde (US) Roland Simon (Vergel) foi realizada no mês de novembro uma dedetização por conta do grande número de pombos presentes no local e os riscos que eles apresentam para os usuários dos serviços de saúde.

Como afastar os pombos?

Para o biólogo e coordenador de Entomologia do CCZ, Carlos Fernando Santos, é necessário fazer o manejo dos pombos urbanos, retirando-os de áreas que tem propensão das aves construírem ninhos.

Um dos locais que mais se encontra ninhos são as caixas de ar condicionado, pois esses animais estão habituados a tomar a água gelada que caem das caixas. “O perigo dos ninhos na caixa de ar condicionado são as fezes dos pombos que podem levar fungos para dentro da residência e contaminar os moradores, então o ideal é que esses ninhos sejam eliminados e o local seja limpo, para que outros pombos venham a ocupá-lo”, afirma Carlos Fernando.

Para a eliminação desses ninhos devem ser tomados alguns cuidados. Na hora da retirada desses abrigos, é recomendado que o indivíduo use um pano umedecido no nariz e na boca com uma máscara. Além de aspergir uma solução de água com água sanitária no ninho para matar os fungos para só então fazer a retirada.

Se a residência tiver beirais na janela, é recomendável que sejam entrelaçados três fios de nylon para evitar que os animais pousem e façam ninho no local. Já em superfícies planas, a sugestão é colocar no local de pouso dos pombos uma estrutura de 45º para que eles não consigam se fixar. Outra sugestão é colocar uma maquete com uma réplica de coruja ou falcão, que os pombos identificam como predadores e não pousam no local.