O presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas, Fernando Toledo (PSDB) estará de volta ao comando da Mesa Diretora da Casa de Tavares Bastos. O tucano já está em tratativas com o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) para regularizar a situação dos servidores do Legislativo.
Os funcionários entraram o ano sem receber dezembro, o décimo terceiro e férias. Estas folhas se acumularão com a de janeiro. A Mesa Diretora interina não conseguiu cumprir com o compromisso básico: pagar os salários dos servidores efetivos que de fato trabalham naquela Casa.
Agora, Toledo reassume com o compromisso de resolver a questão. Porém, o tucano não descasca “abacaxi herdado”. O parlamento colhe – isto sim! – o que plantou. Durante toda a gestão de Fernando Toledo, não houve a preocupação de chegar dezembro com recursos para pagar folhas salariais. Nunca houve esta preocupação que faz parte de qualquer noção básica de administração.
E por qual razão não houve esta preocupação? A deputada estadual Flávia Cavalcante (PMDB) deixou mais que claro ao afirmar que sempre houve um acordo entre os tucanos Fernando Toledo e o governador para que a Casa de Tavares Bastos recebesse suplementação no mês de dezembro. Por um acordo, o problema sempre era sanado pelo governo diante da intranquilidade – todos os anos! – dos servidores efetivos.
João Henrique Caldas (Solidariedade) fala: “nunca houve um fim de ano tranquilo para os servidores da Casa”. Agora, com a presidência interina, o dinheiro da suplementação não veio. Ficou claro que a Assembleia Legislativa, durante o ano de 2013 (e nos anteriores) fez o seguinte com o duodécimo: pagou salários, gratificações, diárias, indenizações, repasses e sabe-se lá mais o que para alimentar uma lista de agraciados que, segundo investigações do Ministério Público, podem até ser fantasmas.
A diferença dos anteriores é o acordo entre tucanos.
O suspeito de ter feito isto – já que o regime é presidencialista – é o deputado estadual Fernando Toledo. O mesmo parlamentar que agora surge para “resolver o problema deixado pela Mesa Diretora interina”. Pode ser uma grande jogada para se tornar o “salvador da pátria”, mas de uma “pátria” afundada por ações administrativas de uma Mesa Diretora que perdura desde o início da atual legislatura, sempre cheia de vícios.
Vícios estes que foram alimentados pelo Executivo a partir do momento que aceitou um acordo – como ressalta Flávia Cavalcante – sem se preocupar tanto com o que estava acontecendo no parlamento. Aceitou a faca no pescoço. A situação de agora é fruto de uma série de mandos e desmandos. É fruto de um parlamento que desperdiçou recursos públicos com a “excepcional dedicação” de empresários, socialites, donos de factoring dentre outros que foram alçados ao posto de árduos trabalhadores do Legislativo. Que Toledo responda por isto.
Não se pode plantar abacaxis e querer colher morangos. Dêem a César, o que é de César...logo, a Fernando Toledo, suas responsabilidades.
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