Na avaliação do ex-secretário estadual Adriano Soares, o secretário de Defesa Social, Dário César – criticado por não conseguir dar respostas aos números da violência em Alagoas – estaria enfrentando sabotadores, gargalos, burocracia e a péssima comunicação do Estado. A avaliação dele não é a da maioria, nem a minha.
Mas, é a visão de alguém que conviveu com este governo, que o conhece bem. Logo, um ponto que merece ser lido e por alguns – como é da democracia – até rebatido. O governo é letárgico, por vezes “compra” suas próprias crises e não consegue dar respostas aos índices negativos que envergonham Alagoas. Mas, vamos ao que coloca Soares.
Adriano Soares conhece os ambientes internos do Palácio República dos Palmares. Mais recentemente foi titular da pasta da Educação. Após a saída, já fez críticas a condução das políticas da pasta que ocupou e fez suas análises sobre a segurança pública.
Eis uma das falas de Soares: “você passou a ser o alvo preferencial dos opositores do Governo, porque o seu enfraquecimento seria a emasculação do Governador, que teria que ficar sempre caudatário das más notícias, numa postura defensiva”. O ex-secretário diz que ainda há quem tema uma candidatura de Dário César. Quem teme?
“A incompetência ou a burocracia não podem prejudicar os alagoanos. Tanto pior se o prejuízo advier de omissões administrativas dolosas, com a finalidade de destruir o seu trabalho sério. Tratar-se-ia de uma absurda estratégia de erosão da credibilidade de todo o Governo, em nome de interesses de grupos instalados na estrutura do poder”, ainda pontua Adriano Soares.
Ao falar sobre a recente crise, Soares destaca o que seria a “inutilidade” do setor de comunicação de Vilela. “Um outro aspecto absurdo: como é que a área econômica do Governo diz ao Governador que não havia margem de negociação com a Polícia Militar e, na hora do aperto, faz concessões enormes? A crise foi fabricada contra o Governador pela visão burocrática e míope de alguns. E terminou resvalando em você, Dário, e no próprio Téo. Mais nele, inclusive, que se viu na obrigação de ceder na crise o que poderia ter sido dado por iniciativa governamental. Ou seja: jogaram mais uma vez contra o Governador”.
Soares ainda pede que Dário César coloque às claras o motivo “dos projetos não andarem, onde estão os gargalos. Há dinheiro para a Segurança? Por que não chega? Onde está o problema? Quem está falhando? Você deve proteger a palavra empenhada pelo Governador. Ele assumiu compromissos com a PM. Não pode ser ela desabonada por lerdeza administrativa ou falta de companheirismo e solidariedade dos seus pares”.
“Há quem esteja apostando talvez na sua demissão. Têm ciúmes do convite feito pelo Téo para se filiar ao PSDB. Aliás, eu o alertei para isso, não foi mesmo? O pior ciúme é o ciúme de homem, amigo, ainda mais em política. Não é à-toa que qualquer movimento positivo seu é logo tachado por alguns como "coisa de candidato"”, complementa.
A carta é longa. Quem quiser ler a íntegra está no facebook de Soares. Aqui, chamei atenção para alguns pontos. No mais, o leitor avalie a ótica de Soares sobre um dos assuntos que mais tem preocupado os alagoanos: a segurança pública.
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