Um encontro com 17 partidos em um almoço de confraternização de fim de ano cujo o prato principal do cardápio era a política. Assim foi a reunião entre 17 agremiações partidárias em um restaurante da capital alagoana. Nas mesas, a mais vasta "fauna política" de Alagoas. Lideranças que em um passado não muito distante estiveram em campos opostos, se uniram para assinar um manifesto cujo título é "Em Defesa de Alagoas".
O "manifesto" - na visão de alguns dos caciques - foi a porta aberta para a reedição de um "chapão" que agregue, em Alagoas, os partidos da base aliada da presidente Dilma Rousseff (PT). De fora da lista, apenas o PP do senador Benedito de Lira. O anfitrião do encontro - o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) - acredita na possibilidade de que esta frente marche junta até o processo da eleição propriamente dito.
Porém, se o fato de serem oposição os une, os egos e os interesses individuais dentro deste grupo representará um desafio para a formação da frente. Só a construção da história dirá quem vence...entre os caciques, Ronaldo Lessa, o senador Fernando Collor de Mello (PTB), o deputado federal Renan Filho (PMDB), o deputado federal Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT), dentre outros. Era aguardado o senador Renan Calheiros (PMDB), mas nas falas foi representado por Renan Filho.
Lessa salientou a necessidade da união dos partidos na formação de um bloco único, que pode ter o PMDB na cabeça da chapa - com Renan Calheiros ou Renan Filho - e o senador Fernando Collor de Mello como candidato à reeleição. Lessa, Cícero Almeida (PRTB), dentre outros, disputariam a indicação de vice, deputado federal ou estadual, na composição das proporcionais.
De acordo com Ronaldo Lessa, esta frente pode representar a saída de Alagoas do "estado atual em que se encontra". Os opositores não pouparam Teotonio Vilela Filho dos mais diversos ataques durante o encontro, sempre pontuando números da Saúde, Educação e Segurança Pública. As áreas mais vulneráveis do atual governo.
O grupo que ressalta sua união pelo bem de Alagoas também agrega forças como o deputado estadual Dudu Holanda (PSD), o deputado federal Francisco Tenório (PMN), o ex-deputado estadual Cícero Ferro (PRTB), dentre outros que dispensam apresentações por suas histórias na política alagoana. Muita gente unida. Um restaurante lotado de lideranças e de presidentes de partidos nanicos, como PHS, por exemplo.
"Os partidos políticos aqui reunidos assumem a necessária tarefa de sair em defesa da nossa Alagoas nesse quadro de incerteza diante da violência que aterroriza a todos pela incompetência administrativa de um governo que opta por campanhas publicitárias fantasiosas, em vez de enfrentar os corredores de hospitais congestionados e a dor das famílias de filhos sem escola, sem esporte, que perderam o ano letivo e ficaram à mercê do tráfico que corrói nossa terra", ressalta o manifesto assinado por Collor, Lessa e os demais presidentes dos outros 15 partidos.
O manifesto ainda traz críticas aos investimentos do Brasil Mais Seguro e foca - em sua maior parte - na questão da segurança pública. A oposição acredita ter achado o ponto certo do discurso contra Vilela. "O que move esta frente a apresentar uma proposta é a indignação com o pouco avanço que tivemos em nosso Estado e a ausência de desenvolvimento social. É preciso confluência com o desenvolvimento que o país está tendo. Esta união que nos move é melhorar a qualidade de vida dos alagoanos", ressaltou Renan Filho.
Fernando Collor frisou a "necessidade de unificar as forças das oposições em Alagoas em um palanque, que seria o único de Dilma". "Esse é um momento de extrema importância, pois marca esta união e acende uma esperança para o futuro. Estamos assinando este manifesto com as nossas consciências. Um pacto para fazermos a mudança". Durante o discurso, ainda chamou o governador de "fantoche" e "terrorista". Para não perder a viagem.
O deputado federal Francisco Tenório disse que o encontro serve para celebrar o natal "e pensarmos em Alagoas vivendo um novo momento". "Precisamos construir uma imagem positiva do nosso Estado", ressaltou o líder do PMN. E assim se sucederam os discursos de todos líderes de partido. Todos em busca - segundo eles mesmos, frise-se! - de uma "Alagoas melhor".
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