A Coordenação Geral de Epidemiologia reuniu, nesta segunda-feira (16), profissionais das áreas médica e de enfermagem, além de diretores das unidades dos 1º, 2º, 3º, 4º e 8º Distritos Sanitários, que correspondem a cinco regiões do município, para reforçar a importância das equipes de saúde do município garantirem maior efetividade às ações preventivas contra a sífilis e as hepatites virais, doenças que vêm registrando um número de casos expressivo na capital alagoana.
“Com a realização dos testes rápidos, constatamos o crescimento dessa demanda e estamos promovendo a reorganização dos serviços para que essas doenças possam ser detectadas e tratadas o mais rapidamente possível, evitando assim suas consequências mais graves, a exemplo da sífilis congênita, que pode ser transmitida da mãe para o bebê, causando aborto, má-formação do feto e podendo levar à morte”, afirma a coordenadora geral de Epidemiologia, Thaís Barreto.
A coordenadora lembra que além do teste rápido e das coletas para exames de hepatites, a rede pública de saúde do município também disponibiliza a vacina contra a hepatite B. e regularmente, as equipes promovem campanhas de conscientização, destacando, principalmente, o uso de preservativos para evitar a contaminação pelos vírus da sífilis e das hepatites B e C, que são transmitidas sexualmente, além do estímulo ao acompanhamento pré-natal.
“Estamos trabalhando ainda no sentido de vencer a resistência dos profissionais no que diz respeito à aplicação da penicilina no tratamento de pacientes com sífilis, que segundo a Portaria MS nº 3.161/2011 deve ser feita na própria unidade de saúde, e na necessidade de notificação desses casos, para que possamos consolidar dados ainda mais seguros”, frisa Thaís.
Presente à reunião, o infectologista Fernando Barreiros, que coordena o Programa Estadual de Hepatites Virais também ressaltou a necessidade dos profissionais de saúde da atenção básica dispensarem maior atenção à prevenção dessas doenças com atividades de orientação e em caso de detecção de casos, encaminhá-los aos serviços de referência, aumentando o controle sobre essas enfermidades.
Hepatites
As hepatites virais são doenças graves que provocam a inflamação do fígado. Como na maioria das vezes não apresentam sintomas, passam despercebidas e quando o portador descobre, muitas vezes se encontra em estado avançado. Entre os sintomas que podem aparecer estão cansaço, tontura, ânsia de vômito, urina escura e fezes claras, além de olhos e pele amarelados, o que faz com que sejam comumente confundidas com viroses.
A hepatite A é mais frequente entre crianças abaixo de 5 anos e sua transmissão está ligada à água, alimentos e mãos contaminadas; A hepatite B é uma doença transmitida por relação sexual, contato com sangue na fase perinatal; E a hepatite C, também pode ser transmitida pelo sangue, mas através de transfusão, compartilhamento de seringas no uso de drogas ilícitas e através de objetos perfurocortantes.
Sífilis
Causada pela bactéria Treponema pallidum, a sífilis pode ser transmitida por meio de relações sexuais sem preservativos, transfusão de sangue contaminado e da mãe para o bebê durante a gestação e o parto. Seu período de infecção é de 7 dias. A doença pode se manifestar de forma temporária, em três estágios. Os principais sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintoma e, por isso, dá a falsa impressão de cura. O uso da camisinha em todas as relações sexuais e o correto acompanhamento durante a gravidez são meios simples, confiáveis e baratos de prevenção.