Falei sobre o discurso do vice-governador José Thomaz Nonô (Democratas) em recente solenidade em Arapiraca.  A análise é de que Nonô deixou portas abertas para dialogar com aqueles que atualmente são considerados adversários políticos: o senador Renan Calheiros (PMDB) e o senador Fernando Collor de Mello (PTB).

Os senadores – principalmente Collor – não fazem parte do bloco palaciano, do qual Nonô é representante. Continuará sendo, por mais que venha a dissociar a imagem e mesmo com algumas divergências pontuais com a forma de trabalho do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), caso seja candidato ao governo do Estado.

Quanto ao senador Renan Calheiros (PMDB), a porta da reaproximação sempre esteve aberta. Em Brasília, Nonô elogiou – sem constrangimentos, como ele mesmo colocou – os senadores. Disse não serem adversários e pregou união pelo Estado. Porém, houve também conversas distantes dos holofotes da imprensa.

Em função das circunstâncias que os aproximou, Nonô, Renan Calheiros e Fernando Collor de Mello conversaram sobre política. Obviamente, sem bater martelo. Tudo indica que o vice-governador vai assumir de vez o Executivo em abril. Muda sua posição na mesa de negociações. Ele possui compromisso com o governador Teotonio Vilela Filho, evidentemente.

Porém, pode ampliar a aliança.  Diálogos servirão para isto. É um momento de cenário aberto. O xadrez deve permanecer parado – ou com poucos movimentos de peça – até o início do ano. Os meses de março e abril prometem ser, ao contrário, com muitas jogadas. Ao PMDB – entretanto – só interessa o Palácio República dos Palmares.  Para isto, a melhor pavimentação da estrada é bem-vinda.

Quem lembra de 2010, sabe bem como Renan Calheiros soube usar as circunstâncias ao seu favor para retornar ao Senado Federal. Collor de Mello? Uma incógnita. Historicamente sempre agiu sozinho, decidiu por si mesmo. Tudo indica que assim continuará sendo. Foi assim na campanha de 28 dias que o levou ao Senado Federal.  Foi assim quando – com o ex-vereador Galba Novaes (PRB) ao lado – foi candidato ao governo. 

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