De acordo com a revista Época, o senador Renan Calheiros (PMDB) – na busca por ofuscar uma agenda negativa em relação ao seu nome – tem promovido uma série de cortes de gastos no Senado Federal. A medida passou a ser o carro-chefe do senador peemedebista. Logo, a principal marca de sua segunda gestão como presidente do Congresso Nacional.
Calheiros já apresentou uma economia de R$ 159 milhões. Há uma previsão de cortes na ordem de R$ 300 milhões até 2014. Vale ressaltar que o orçamento anual do Senado é de R$ 3,5 bilhões. Redução de custos são bem-vindas em um poder extremamente caro ao contribuinte. Aliás, a própria revista Época destaca isto.
Porém, o que se chama atenção é o corte de despesas no lugar errado. Um relatório que foi concluído em setembro – e que é divulgado pela revista – mostra que algumas reduções promovidas atingiram áreas essenciais e colocam em risco o funcionamento dos prédios e a segurança dos que frequentam a Casa.
O relatório é titulado como Mapa de Riscos Operacionais. São 100 páginas e tabelas sobre os perigos que rondam o Senado Federal, por onde passam 11 mil pessoas diariamente. Eis os problemas apontados: infiltrações, pestes, falta de equipamentos, falhas na rede elétrica e no ar-condicionado, além de escassez de softwares.
De acordo com o relatório, o senador peemedebista ainda errou ao manter comissionados demais. Ao não poder demitir efetivos, para manter os comissionados, foram dispensados os terceirizados. Uma frase do senador Rodrigo Rollemberg chama a atenção: “O Senado está à beira do colapso”.
Há problemas apontados também em relação à infraestrutura. Não é culpa do peemedebista, que se ressalte. A própria revista coloca que foram poucas intervenções feitas em seus mais de 50 anos. Porém, o problema tem se agravado sem encontrar – ao que tudo indica – soluções adequadas.
“Temos um cenário que engloba desde incômodas paradas frequentes de elevadores, bem como a possibilidade de acidentes com riscos de morte, como alertado pela Secretaria de Infraestrutura.” “Os engenheiros apontaram a não desprezível possibilidade de comprometimento da estrutura do edifício do anexo I do Palácio do Congresso”. As aspas são trechos dos relatórios. São apontados problemas na rede de esgoto.
De acordo com Época, este relatório trouxe problemas para o autor: o servidor Robson Neri, ex-diretor-geral adjunto. Ele foi afastado da função. Seria interessante que o presidente do Congresso Nacional comentasse o relatório ponto por ponto.
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