Há algum tempo que o senador Fernando Collor de Mello (PTB) tenta antecipar o processo eleitoral. Não apenas a sua candidatura ao Senado Federal, mas as declarações de “aliados” (com aspas mesmos. Aspas gigantescas se possível). Dentre eles, o senador Renan Calheiros (PMDB).
É visível que não consegue. O PMDB – por exemplo – não assinou a nota em que Collor fez duras críticas ao governo do Estado de Alagoas, em passado recente. Renan Calheiros não fecha portas e não entra em briga alheias. Mantém uma boa relação de vizinhança com todos.
Recentemente, já participou de congresso estadual de partido aliado do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). Os passos do peemedebista incomoda o senador Fernando Collor de Mello que – mesmo com a sua campanha antecipada – pode acabar sozinho no tabuleiro do xadrez político para o ano de 2014.
Por esta razão, não é de se espantar que Fernando Collor de Mello trate de compor seu próprio grupo. Collor já tentou os “recados” a Renan Calheiros. Já colocou Calheiros na condição de governador do Estado, para receber o afago de volta sendo o senador do “chapão”. Não conseguiu. O presidente do Senado Federal sabe o quanto é cedo.
Além disto, dentro do PMDB há resistências ao nome de Fernando Collor no mesmo palanque. A teoria da “soma das rejeições” apontada em pesquisas. Com a aproximação de 2014, Collor precisará de outras estratégias para evitar “o bloco do eu sozinho”.
A mais palpável – como vem sendo apontada nos bastidores políticos – é a montagem de um grupo que englobe o ex-prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PRTB) e o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT). Este último também já demonstrou sua insatisfação com uma possível reaproximação entre Calheiros e Vilela.
Collor segue afirmando sua candidatura ao Senado Federal. Mas, seria ele – neste contexto; diante de um possível afastamento de Renan Calheiros – candidato ao Palácio República dos Palmares? O senador petebista sempre foi uma incógnita. Sempre foi cheio de surpresas.
Dentro do PMDB, também há a possibilidade de se lançar uma chapa completa. São vários os cenários estudados pelo “conselho político” do partido, que ao mesmo tempo que projeta o recente futuro, discute programa de governo. Seja o candidato Renan Calheiros, seja o candidato ao governo o deputado federal Renan Filho.
Sobre o Renan Filho, a discussão é sobre quais forças ele agregaria. Ora, o senador Renan Calheiros participaria ativamente do processo. Por esta razão, se observa muito mais portas abertas do que pontes sendo derrubadas. No entanto, é impossível fazer o omelete sem quebrar os ovos. Collor está bem atento à cozinha peemedebista.
As “portas abertas” - vale lembrar – já podem incluir até conversas entre Calheiros e o senador Benedito de Lira (PP). O pepista mostrou disposição em recente entrevista ao CadaMinuto Press. Podem incluir ainda diálogos com o vice-governador José Thomaz Nonô (Democratas), em futuro próximo. Aguardemos.
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