A internet como meio para superexposição de jovens tem se tornado cada vez mais eficaz. Fotos, vídeos e textos explícitos desnudam a intimidade de jovens que optam por se exporem – a poucas ou muitas pessoas.

Quando criou a expressão “sociedade do espetáculo”, Guy Debord definiu o espetáculo como o conjunto das relações sociais mediadas pelas imagens. Mas ele estava interligando essas relações ao consumo e à alienação que desperta o consumo pelo desejo injustificado. É a fase do capitalismo que une o acúmulo de capital ao acúmulo de imagens. Ou seja, aparentar poder faz ter poder.

Depois de tantos estudos a respeito, o senso comum acabou entendendo o poder da imagem. E pessoas anônimas passaram a buscar seu reconhecimento pela exposição de sua própria imagem, fazendo a “sociedade” crer que é famoso quem se comporta como famoso. Talvez esta seja a principal pista a seguir na busca por explicações para comportamentos que se revelam autodestrutivos.

Na última semana, as redes sociais foram invadidas pelas imagens em vídeo de mãe e filha agonizando num banco traseiro de taxi. As imagens que causam terror e revolta, também expõem um lado perverso da sociedade. Primeiro o instinto de gerar imagem daquele que filmou e depois o instinto de propagar a desgraça de forma indiscriminada daqueles que compartilharam o vídeo.

Imagens fortíssimas alcançaram crianças, adolescentes, adultos, idosos, homens e mulheres sem qualquer “classificação indicativa” ou alerta sobre o trauma que poderia ser gerado. A falta de limites e de bom senso tem norteado publicações chocantes, como se as pessoas filmadas não tivessem uma família, amigos e pessoas que se importam com elas e com sua dor. Poucos se importam verdadeiramente com o outro, relativizando direitos e valores essenciais como a privacidade, a intimidade e a imagem.

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