O titular da pasta da Comunicação do governo tucano de Alagoas, Keylle Lima, fez duras críticas ao governo federal do PT em entrevista divulgada pela assessoria de imprensa do PSDB do Estado.

 

Nem o governador Teotonio Viela Filho (PSDB) – que sempre teve uma ótima relação com a presidente Dilma Rousseff (PT) e com o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) – chegou a apontar tantos erros na política econômica petista, apesar de já ter feito algumas críticas, como a relacionada a artificialização do preço do etanol.

 

Aliás, Vilela já chegou a ser chamado – nos bastidores do Palácio do Planalto – de “tucano de estimação” da presidente.

 

Keylle Lima – conforme a assessoria de imprensa dos tucanos alagoanos – destacou as obras inacabadas do governo federal.

 

“Só ampliam os custos finais de produção e reduzem a competitividade dos setores agropecuário e industrial”. Foi citada como exemplo a obra de transposição do Rio São Francisco, uma das promessas do PT que não avançaram”, frisou.

 

O empreendimento deveria ter sido entregue em 2009, mas a nova data é prevista para 2015. O custo será de aproximadamente R$ 8,4 bilhões. Keylle Lima ainda cita o endividamento da Petrobras.

 

Ele ainda faz a análise: “não podemos imaginar que o crescimento - voo de galinha - que vivemos há anos seja algo sustentado. A ampliação de programa social, como o Bolsa Família, o aumento real do salário mínimo e a elevação dos gastos públicos, sob a ótica do custeio, não podem ser a base para um crescimento que o País precisa”, analisa Keylle.

 

“A situação fiscal vem se deteriorando e ampliando as incertezas sobre o futuro da economia brasileira. Há um claro hiato entre a demanda e a capacidade produtiva, além dos investimentos públicos que não acompanham a real necessidade do setor produtivo”, explica o secretário tucano.

 

Lima é economista por formação e assumiu a Secretaria de Comunicação após a saída de Rui França.

Comparações não fogem ao discurso do titular da Comunicação. Para ele, a política econômica tem que ser transparente e capaz de estimular os investimentos. Diz ele: “como acontece em Alagoas”. E é?

 

“Aqui, o Governo do Estado tem criado as condições para que o investimento privado aconteça. Sem sombra de dúvidas a situação fiscal de Alagoas é uma das variáveis que contribuem para um cenário favorável a elevação da capacidade produtiva”, afirma. “Mas também há outra variável tão importante quanto a anterior: a melhoria do ambiente empresarial. Hoje vemos claramente uma forte interação do setor produtivo com o setor público, basta ver o sucesso da Cadeia Produtiva da Química e do Plástico”.

 

O titular da Comunicação está em um governo que administra um Estado com péssimos indicadores sociais e que – deve ser reconhecido! – muitas das políticas na tentativa de mudar esta realidade se dão com parcerias com o governo federal. É o caso do combate à criminalidade com o Brasil Mais Seguro, dentre outros.

 

Claro que os tucanos – em Alagoas – abrem palanque para a candidatura do senador Aécio Neves (PSDB) à presidência da República, apesar da relação com o governo federal. O discurso de oposição é natural. É uma surpresa – entretanto - que o partido, no âmbito local, tenha colocado o economista Keylle Lima na linha de frente. 

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