Superlotação, falta de profissionais e problemas no agendamento de consultas. Esses são apenas alguns motivos para que usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) realizassem uma manifestação no Posto de Saúde da Pitanguinha, em Maceió, desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira (29).

Filas se formaram desde às 05h da manhã com usuários de vários bairros da capital que desejavam agendar consultas na unidade de saúde. Porém, o número limitado de funcionários e problemas no agendamento de consultas tornou a situação insustentável para os usuários que resolveram protestar.

Segundo a dona de casa Maria José de 48 anos, que mora no Benedito Bentes e se deslocou até a Pitanguinha, faltam médicos na unidade. “Na verdade eu estou tentando um retorno e até agora não tem médico. Estou aqui desde às 07h e só poderei ficar até no máximo 12h, porque tenho outra consulta. Sou diabética e não posso permanecer por muito tempo aqui. Além disso, eu tenho medo de perder a validade dos exames por essa demora”, disse.

Outra usuária do posto de saúde, Ana Lúcia, afirmou que desde o dia 28 de agosto comparece ao posto para analisar as especialidades disponíveis e buscar a marcação de uma consulta e não consegue. “Há dois meses que venho praticamente todos os dias nesse posto e nada. A verdade é que o descaso é grande, a gente morre e não é atendida”, criticou.

As críticas dos usuários pesam principalmente sobre o agendamento dos exames, que teria piorado após a implantação do Complexo Regulador da Assistência (Cora), que tem como principal meta, aumentar a oferta de procedimentos por prestador e reduzindo o tempo de espera.

Devido à situação no posto, onde um corpo de funcionários limitado e o agendamento de consultas é deficitário, a superlotação dificultou ainda mais os trabalhos, segundo a diretora da unidade, Mariana Vasconcelos. “Posso dizer que este problema se deu porque estamos em momento de abertura da janela para marcação de consultas. Normalmente, o número de usuários aumenta, mas neste caso superlotou porque esta unidade é referência. Por isso, pessoas de vários bairros deixam suas localidades, que também tem postos de saúde, para vir marcar consultas aqui”, afirmou.

Além do problema informado, a diretora da unidade ainda colocou que os funcionários precisam interagir diretamente com os usuários, tendo em vista que muitos fazem exigências que só prejudica o próprio necessitado e o funcionamento de uma forma geral.

“Um exemplo claro de exigência, é que alguns pacientes só querem ser atendidos por determinado médico. Enquanto um trabalha de manhã e é superlotado, outro que também é muito bom fica com a agenda vaga. Problemas assim precisam ser ajustados”, finalizou.

A expectativa é que no período da tarde o volume de usuários diminua e facilite o agendamento das consultas. A diretora ainda lembrou que medidas estão sendo tomadas para facilitar o atendimento, o que deve acontecer nos próximos meses.