A ideia de aumentar de 3% para 4% o limite de gastos com pessoal na Assembleia Legislativa é a mais nova manobra dos deputados para justificar o aumento do duodécimo da Casa de Tavares Bastos. 

Não por acaso a discussão começa a um ano das eleições. Não por acaso os gastos com pessoal são investigados, pelo Ministério Público Estadual. Laranjas, bancados pelo dinheiro público com assinatura da Assembleia, abastecem campanhas eleitorais.

A Assembleia carrega mais de dois mil servidores. Se mais de 100 foram demitidos por não terem comparecido ao recadastramento da Casa; se há, pelo menos, 10 marajás na folha, recebendo acima do teto constitucional, para quê aumentar os gastos com pessoal se a Casa nunca fez concurso público?

Assim como não tem biblioteca nem escola legislativa. Mesmo assim faz constar, no orçamento, a verba fantasma.

A campanha é a justificativa dos novos gastos. A eleição para deputado estadual não sairá por menos de R$ 10 milhões- incluindo a compra de votos. Para federal, estes gastos dobram. 

E os laranjas terão papel fundamental na eleição, financiando o deputado ou o eleitor.

Vale a pena arriscar. Até chegar a ação de improbidade administrativa- do Ministério Público- e o tempo no Judiciário- a espera é longa. Garante-se a imunidade parlamentar. Porque há quem ajude na impunidade.